SHEMA ISRAEL

Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

sábado, 30 de junho de 2012

O Que É Emuná? Além da Crença

Por Tzvi Freeman O que é
Geralmente traduzida como fé. Estamos acostumados a pensar na fé como uma estratégia para pessoas que não podem pensar por si mesmas. “O tolo acredita em tudo”, escreve Shelomô, “o homem sábio entende.” Emuná, porém, é uma convicção inata, uma percepção da verdade que transcende, e não foge, à razão. Bem ao contrário, sabedoria, compreensão e conhecimento podem ampliar a verdadeira emuná. Mesmo assim, a emuná não é baseada na razão. A razão nunca pode atingir a certeza da emuná, pois, razoavelmente falando, um raciocínio maior poderia sempre vir junto e provar que suas razões estão erradas. Dessa maneira, a emuná é semelhante a ver em primeira mão: a razão pode ajudar você a entender melhor aquilo que vê, mas eu terei dificuldade para convencê-lo que você nunca viu aquilo. Portanto também, a emuná perdura mesmo quando a razão não pode alcançar. Como testá-la Falando praticamente, uma pessoa pode ter fé porque não está interessada ou é incapaz de raciocinar por si mesma. Portanto, sua fé não pertence a ela: está simplesmente confiando em outros. Quando alguém tem uma profunda emuná em qualquer verdade, sente que essa verdade é parte de sua própria essência e seu ser. O teste de tornassol seria um caso de martírio. Uma pessoa com fé sub-racional pode ou não decidir dar a própria vida por esta fé. Uma pessoa com emuná supra-racional não vê escolha – negar sua emuná é negar a quintessência de seu ser. Como chegar lá Como dissemos, a emuná é inata, porém pode ser aumentada através de estudo, experiência e razão. Sem este alimento, a emuná de uma pessoa pode permanecer divorciada de sua atitude e ações. O Talmud descreve como um ladrão também acredita em D'us: quando está para fazer uma entrada forçada, a ponto de arriscar sua vida - e a vida de sua vítima – ele grita com toda a sinceridade: “D'us me ajude!” O ladrão tem fé que há um D'us que ouve seus gritos, porém não entende que D'us pode ser capaz de prover para ele sem exigir que descumpra a vontade de D'us ao roubar dos outros. Para a emuná afetá-lo dessa maneira ele precisa de estudo e contemplação. Os estudos que mais enriquecem a emuná são o Midrash e a Cabalá. Os cabalistas do período que se seguiu ao exílio espanhol (Século 16) apresentaram essas ideias numa forma mais racional. A Chassidut Chabad, uma abordagem fundada por Rabi Shneur Zalman de Liadi ao final do Século 18, é uma extensão dessa tendência, levando o âmbito da emuná a uma maior proximidade com o raciocínio humano – e possibilitando que a razão humana vislumbrasse o reino transcendente da emuná. Porém a maior vitamina que você pode proporcionar à emuná é o simples exercício. De fato, um artesão é chamado em hebraico de “uman” – porque praticou sua arte repetidamente até se tornar natural para ele. Assim também, a emuná fica mais alta e mais profunda à medida que você se acostuma a ver todos os fenômenos da vida como manifestações da presença e glória do Criador. E ainda mais, a emuná é enriquecida por ser testada e passar pelos testes; e por fazer sacrifícios na vida em prol da sua emuná. ImprimirEnvie esta página a um amigoCompartilhe isto ComentárioComentário Por Tzvi Freeman Rabino Tzvi Freeman, editor sênior de Chabad.org, também lidera nossa equipe Pergunte ao Rabino. É autor de Trazendo o Céu para a Terra. Para inscrever-se e receber atualizações regulares sobre os artigos de Rabino Freeman, visite os Freeman Files. O conteúdo dessa página tem o copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido pelo nosso parceiro de conteúdo, Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

Vaca Vermelha Qual é a sua importância?

Pergunta:
O que é a Vaca Vermelha e qual é seu significado? Resposta: A "vaca vermelha" (Pará Adumá) era um dos elementos essenciais de purificação no Templo Sagrado. Este animal é extremamente raro. Todos seus pelos devem ser vermelhos, sem exceção, e não pode ter carregado um fardo nenhuma vez em sua vida. Quando uma vaca como esta era encontrada, era sacrificada próximo ao Templo, e suas cinzas, misturadas em água e outros ingredientes, eram usadas para purificar pessoas que ficaram ritualmente impuras. Aquele sobre o qual a água era jogada ficava puro, porém aquele que jogava a água ficava impuro, e teria que passar por um processo de purificação. A mitsvá da "vaca vermelha" encontra-se na categoria de "chukim - dogmas", ou seja, as leis que não somos capazes de entender. Existem preceitos que cumpriríamos de qualquer maneira por serem básicas da civilização humana, ou outras que não cumpriríamos sozinhos, mas somos capazes de entender um pouquinho de seu imenso significado. Porém, a "vaca vermelha" esta além de nossa capacidade de compreensão, e a cumprimos por ser a Palavra Divina, que com certeza tem um significado muito especial. ImprimirEnvie esta página a um amigoCompartilhe isto ComentárioComentário O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

domingo, 17 de junho de 2012

Comedores de Maná Baseado nos ensinamentos do Rebe

Por Yanki Tauber Alguns fatos sobre o maná: parecia uma pequena semente redonda e branca. Caía do céu à noite, entremeada com duas camadas de orvalho. Tinha o sabor de seu alimento favorito. Não produzia resíduos, encerrando as necessidades nutricionais da pessoa com tanta precisão que depois que o corpo absorvia aquilo que precisava não havia resíduos. (este fato fez com que alguns dos israelitas ficassem um tanto enjoados com o "pão do céu".) Logo depois que o maná começou a cair, recebemos a Torá no Monte Sinai. Durante as quatro décadas seguintes atravessamos o deserto, comendo o maná e estudando Torá. Isso é basicamente tudo que fizemos (quando não havia problemas). O Midrash vê uma conexão direta entre nossa dieta e nossa ocupação, declarando que "a Torá podia ser dada somente a comedores de maná". Após quarenta anos de maná e Torá, atravessamos o Rio Jordão para a Terra Prometida. O estudo da Torá continuou sendo uma ocupação de tempo integral somente para a tribo de Levi (e para alguns indivíduos seletos de outras tribos). Todos os outros se aplicaram ao mister de ganhar a vida como fazendeiros ou mercadores. O maná cessou, e mudamos para o "pão da terra" – escuro, volumoso, quadrado – do tipo cujos nutrientes e vitaminas estão concentrados no recheio. Do tipo que é digerido, em vez de absorvido. A vida é quase sempre desperdício. Passamos o dia todo trabalhando em troca de dinheiro, uma hora comprando, outra hora cozinhando, alguns minutos comendo. E para onde vai a comida? A maioria passa direto pelo nosso corpo e vai para o sistema de esgotos da cidade. Recebemos 24 horas por dia, das quais a esmagadora maioria é gasta dormindo, nos transportes, procurando uma vaga para estacionar, esperando na fila, examinando a correspondência, ouvindo discursos, inventando desculpas, batendo papo, fazendo depósitos, fazendo retiradas. E então, naqueles cinco minutos em que estamos realmente fazendo alguma coisa, na metade do tempo sai tudo errado! Na verdade, estamos tão acostumados a lidar com dejetos, que mesmo quando recebemos algo que é 100% puro ouro, começamos a separá-lo, procurando alguma impureza para jogar fora. Procuramos falhas na alma de um ente querido, por agendas ocultas nas amizades mais bonitas, pelo "outro lado" na mais íntegra das causas. Até a bondade em si é julgada boa demais para ser verdadeira. Isso é por que, diz o Lubavitcher Rebe, "a Torá somente podia ser dada a comedores de maná". Uma nação de comedores de pão teria embarcado imediatamente num processo de "digestão". "Ama teu próximo como a ti mesmo" – teriam dito eles – isso é limpo, nutritivo; mas "Guarda o Shabat"? não é prático nesta época e nestes tempos. Eles teriam separado as partes do PC das partes "primitivas", as partes de se sentir bem das partes de "Não me sinto à vontade com…", os "fatos históricos" do "folclore", as partes "cientificamente corroboradas" do esotérico, os "rituais" das "restrições", etc. Nosso mundo precisa de seus comedores de pão. Precisamos saber como discernir, a adotar o bem e rejeitar o mal, a fazer opções morais. Mas precisamos também saber quando sair do módulo da digestão. Reconhecer quando, num raro momento de graça, D’us nos concedeu um dom de bondade e perfeição puras. A nos abrir para Sua Torá, e permitir que sua totalidade nos alimente como o maná que é. ImprimirEnvie esta página a um amigoCompartilhe isto ComentárioComentário Por Yanki Tauber Yanki Tauber é editor de conteúdo de Chabad.org. O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

A Menorá do Templo Sagrado

O Formato O símbolo da Menorá de sete braços em semicírculo é um dos mais conhecidos no mundo judaico. A maioria das chanukiyot também foram elaboradas seguindo o modelo deste símbolo. Porém, pesquisas recentes em fontes e manuscritos antigos nos levam à conclusão de que o tradicional formato em arco não era o formato da Menorá do Templo Sagrado. A Menorá original possuía braços retos, em diagonal, não arqueados, que saíam da haste central que servia também como suporte. A Torá traz um indício bem claro. No livro do Êxodo (XXV:32) estão detalhadas as instruções para a confecção da Menorá: "Seis hastes saem de seus lados: três hastes do candelabro do primeiro lado e três hastes do candelabro do segundo lado." No texto bíblico e também na língua hebraica de então e de hoje, "canê" (haste) significa um tubo reto, nem torto nem arqueado. (Interessante notar que a palavra "canê" - significando originalmente um bastão ou tubo reto - passou para outras línguas com esta mesma conotação: para o grego, latim, francês arcaico, inglês e até para o português sem mudança no significado.) Outras Fontes A fonte mais clara e precisa para determinar o formato da Menorá é Maimônides. Em seu manuscrito das explicações da Mishná, Maimônides desenhou de próprio punho o formato da Menorá do Templo Sagrado - com braços retos e diagonais (imagem ao lado). Há outra referência em transcrições antigas do livro de Maimônides que abrange todas as leis: o Mishnê Torá. Durante séculos, antes do advento da imprensa, os livros eram copiados manualmente. Nestes manuscritos antigos constam as palavras "Este era seu formato" e logo abaixo o desenho da Menorá - sempre com braços retos. Em alguns dos manuscritos, o desenho foi suprimido, provavelmente por incapacidade do escriba em copiar o desenho com precisão. Em seu lugar, foi mantido um espaço em branco abaixo dos dizeres "Este era seu formato". Com o surgimento da impressão com caracteres hebraicos, o desenho foi definitivamente extinto dos livros de Maimônides. É de se supor que as primeiras gráficas não possuíam meios técnicos para reproduzir um desenho. Por isso, abriram mão do desenho e também omitiram do texto as palavras "Este era seu formato", que apareciam no original. Desde então, o livro Mishnê Torá, de Maimônides, tem sido impresso sem o desenho e sem alusão ao fato de que Maimônides havia desenhado esta figura em seu livro. Além de Maimônides, também Rashi, em seu comentário sobre a Torá, assim descreve o formato da Menorá: "Seis braços da Menorá saem de seus lados - para cá e para lá em diagonal, vão subindo até atingir a altura da Menorá que é a haste central e, uma a uma, vão saindo da haste central acima da outra." Inferimos desta linguagem que os braços não eram arredondados e arqueados, mas retos, em diagonal. Uma descrição semelhante aparece no livro "História da Guerra entre os Judeus e os Romanos", de autoria de Flavius Josephus. Lá (tradução de Dr. Simchoni, livro 7, cap. 5) está mencionado: "Deveras, era diferente o formato desta Menorá das demais que conhecemos, pois da base eleva-se um "tronco" (suporte, haste) central do qual saem as ramificações mais finas, que se assemelham a um forcado tridente." Se é assim, como é possível que a Menorá difundida seja justamente a de formato arredondado e não a diagonal? O Arco de Tito Presume-se que o formato arqueado da Menorá foi extraído do relevo da menorá que aparece no Arco de Tito, em Roma. Os desenhos de lá perpetuam o saque dos objetos do Templo Sagrado e sua remoção para Roma, a mando de Tito, o general romano que destruiu o Templo Sagrado. Mas ao que tudo indica, a menorá do Arco de Tito não é a Menorá sagrada original do Templo, pois no relevo do Arco a menorá está sem os pés. Porém, a Menorá original possuía pés, conforme descrito no Talmud (Tratado Menachot 28b). Portanto, podemos concluir que a menorá do Arco de Tito não é a principal, mas uma das outras que havia no Templo, como por exemplo, uma das dez menorot que o rei Salomão fez quando construiu o Templo ("fez Salomão todos os utensílios... e as menorot, cinco à direita e cinco à esquerda em frente ao Santuário" - Reis I - VII: 48-49. "Fez as dez menorot de ouro de acordo e colocou cinco à direita e cinco à esquerda" - Crônicas II 4:7. Uma opinião de nossos Sábios sustenta que, antes de Tito invadir o Templo Sagrado, os sacerdotes esconderam os objetos mais importantes num local secreto, de maneira que a Menorá levada para Roma era uma das outras. ImprimirEnvie esta página a um amigoCompartilhe isto Comentário2 Comentários O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

Shemá Israel O "Shemá" é garantia que terão sonos tranquilos e uma vida segura?

Ao Nascer Antes que nossos bebês comecem a balbuciar suas primeiras palavras, logo ao nascer, já introduzimos valores judaicos fundamentais em suas vidas. Logo ao acordar recitamos "Môde Ani" e o "Shemá". Ao estarem quase adormecidos, ainda despertos, bem alimentados, banhados e confortavelmente embrulhados em seus pijaminhas quase a ponto de serem depositados em seu berço, cobrimos seus olhos e recitamos o "Shemá". A afirmação, "Ouve Israel…" que os acompanharão para sempre. O que faz esta prece ser tão genuina e especial a ponto de incutirmos em nossos filhos, do início ao final de suas vidas? O "Shemá" é garantia que terão sonos tranquilos e uma vida segura? Ao Anoitecer Assim como o "Shemá" faz parte das primeiras palavras a serem repetidas por nossas crianças, ele acompanha cada judeu ao longo de sua jornada. É uma afirmação de nossa fé e confiança em um D’us único e verdadeiro a quem devemos todas as bênçãos recebidas, desde o momento de nosso despertar, ao deitar, bem como nos momentos finais de nossa vida. A geração de nossos pais ou avós levaram cada palavra do Shemá a seus lábios a caminho dos fornos crematórios, e antes disto, nas fogueiras da inquisição. O princípio que está para sempre moldado na pronúncia desta afirmação, é que a fé e lealdade de um judeu a D’us é inabalável, mesmo que para isto precise pagar com sua própria vida, mesmo que hoje esteja mais distante e ainda não tenha descoberto o incalculável valor de sua herança, mesmo que se torne presa fácil, por falta de conhecimento, de caçadores anielígenas de almas para rebanhos alheios: o Shemá e sua neshamá (alma judaica, a faísca Divina) sempre estarão conectadas. É dever de todo e cada judeu ensinar o "Shemá" a seus filhos, em todas as gerações, sem esquecer a obrigação de amar e ensinar também a cada irmão judeu, por mais distante que se encontre hoje. Deverá fazê-lo escutar e se aproximar. A Prece A leitura do Shemá é um mandamento positivo da Torá que deve ser cumprido duas vezes ao dia: pela manhã na prece de Shacharit e após o anoitecer na prece de Arvit. Uma vez que o Shemá da manhã deve ser lido no primeiro quarto do dia, é aconselhável lê-lo logo após as Bênçãos Matinais, antes da prece de Shacharit para não atrasar este horário (e durante a prece de Shacharit, o Shemá será lido novamente na seqüência normal da prece). O Shemá é composto de três trechos da Tor á (Deut. 6:4-9; 11:13-21; e Núm. 15:37-41) que devem ser lidos cuidado-samente e sem interrupção, seja por palavras, seja por gestos. Os homens costumam beijar os tsitsit (na leitura do Shemá de dia) cada vez que mencionam esta palavra no meio do terceiro parágrafo do Shemá e também na última palavra ("emet"). Cobrem-se os olhos com a mão direita ao recitar o primeiro versículo do Shemá para maior concentração. Ao pronunciar o nome de D’us ("A-do-nai"), deve-se ter em mente que Ele é Eterno, i.e., existe, existiu e existirá. A última palavra do primeiro versículo ("Echad"), composta de três letras hebraicas, deve ser pronunciada com ênfase especial, enquanto se reflete sobre seu significado: a primeira letra, alef, com valor numérico 1, diz respeito ao D’us Único; a segunda, chet, com valor numérico 8, significa que Ele tem soberania absoluta sobre os Sete Céus e a Terra; a terceira, dalet, com valor numérico 4, lembra que Ele também domina os quatro pontos cardeais. No final do terceiro trecho, as três últimas palavras antes de "emet" são repetidas somente quando a pessoa reza sem minyan. Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad. (Em voz baixa:)Baruch shem kevod malchutô leolam vaed. Veahavtá et A-do-nai E-lo-hê-cha, bechol levave-chá uvchol nafshechá uvchol meodêcha. Vehayu ha-devarim haêle, asher Anochi metsavechá hayom al levavêcha. Veshinantam levanêcha vedibartá bam, beshivtechá bevetêcha, uvlechtechá vadêrech uv-shochbechá uvcumêcha. Ucshartam leot al yadê-cha vehayu letotafot ben enêcha. Uchtavtam al mezuzot betêcha uvish’arêcha. Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um. (Em voz baixa:) Bendito seja o nome da glória de Seu reino para toda a eternidade. Amarás a A-do-nai, teu D’us, com todo teu coração, Estas palavras que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração. Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás a respeito delas, estando em tua casa e andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Ata-las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões. Vehayá im shamôa tishmeú el mitsvotai, asher Anochi metsavê et’chêm hayom, leahavá et A-do-nai E-lo-he-chêm, ul’ovdô bechol levavchêm uvchol nafshechêm. Venatati metar artsechêm be‘i-tô, yorê umalcosh, veassaftá deganêcha vetiro-shechá veyits‘harêcha. Venatati êssev bessadechá livhemtêcha veachaltá vessavá’ta. Hishameru la-chêm pen yiftê levavchêm, vessartêm vaavadtêm elohim acherim, vehishtachavitêm lahêm. Vecha-rá af A-do-nai bachêm, veatsar et hashamáyim, velô yihyê matar, vehaadamá lo titen et yevulá. Vaavadtêm meherá meal haárets hatová asher A-do-nai noten lachêm. Vessamtêm et devarai êle al levavchêm veal nafshechêm, ucshartêm otam leot al yedchêm, vehayu letotafot ben enechêm. Veli-madtêm otam et benechêm, ledaber bam, beshiv-techá bevetêcha, uvlechtechá vadêrech, uvshoch-bechá uvcumêcha, uchtavtam al mezuzot betêcha uvish’arêcha. Lemáan yirbu yemechêm vimê vene-chêm, al haadamá asher nishbá A-do-nai laavotê-chem, latet lahêm, kimê hashamáyim al haárets. Acontecerá, se obedecerdes diligentemente Meus preceitos, que Eu vos ordeno neste dia, de amar a A-do-nai, vosso D’us, e servi-Lo com todo vosso coração e com toda vossa alma; então darei a chuva para vossa terra a seu tempo, a chuva precoce e a chuva tardia; colherás teu grão, teu mosto e teu azeite. Darei erva em teu campo para teu gado, e comerás e te saciarás. Guardai-vos para que vosso coração não seja seduzido e desvieis e sirvais outros deuses e vos prostreis diante deles. Pois então se inflamará contra vós a ira de A-do-nai, e Ele fechará os céus e não haverá chuva, e a terra não dará seu produto. Então perecereis rapidamente da boa Terra que A-do-nai vos dá. Portanto, colocai estas Minhas palavras sobre vosso coração e sobre vos-sa alma, e atá-las-eis como sinal sobre vossa mão e serão por filactérios entre vossos olhos. Ensiná-las-eis a vossos filhos, a falar a respeito delas, estando em tua casa e andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões. A fim de que se multipliquem vossos dias e os dias de vossos filhos na Terra que jurou A-do-nai a vossos antepassados dar-lhes por todo o tempo em que os Céus estiverem sobre a Terra. Vayômer A-do-nai el Moshê lemor: Daber el Benê Yisrael veamartá alehêm, veassu lahêm tsitsit al canfê vigdehêm ledorotam. Venatenu al tsitsit ha-canaf, petil techêlet. Vehayá lachêm letsitsit, ur‘-itêm otô, uzchartêm el col mitsvot A-do-nai, vaas-sitêm otam, velô tatúru acharê levavchêm veacha- tizkeru vaassitêm et col mitsvotai, vihyitêm kedoshim l’E-lo-he-chêm. Ani A-do-nai, E-lo-he-chêm, asher hotsêti et’chêm meêrets Mitsráyim, lihyot lachêm l’E-lo-him. Ani A-do-nai E-lo-he-chêm (Ani A-do-nai E-lo-he-chêm). Emet. Disse A-do-nai a Moshê o seguinte: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que façam para si franjas nos cantos de suas vestimentas, por todas suas gerações. Prenderão na franja de cada borda um cordão azul-celeste. Serão para vós por tsitsit e os olhareis e recordareis todos os preceitos de A-do-nai, e os cumprireis; e não seguireis atrás de vosso coração e atrás de vossos olhos, por meio dos quais vos desviareis. Para que vos lembreis e cumprais todos Meus mandamentos e sejais santos para vosso D’us. Sou A-do-nai, vosso D’us, que vos tirou da terra do Egito para ser vosso D’us. Eu, A-do-nai, sou vosso D’us (Eu, A-do-nai, sou vosso D’us). É verdade. O sentido do "Shemá" explicado por Moshê - Parashat Vaetchanan Moshê explicou em detalhes o primeiro mandamento: "Crê em D’us." Disse ele:" Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad"", "Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um." Ao pronunciarmos este versículo, aceitamos o domínio de D’us. No passado, as nações não conseguiam acreditar que havia um só D’us. Alguns pensavam que havia duas (ou mais) divindades: uma boa e outra má. Mesmo hoje, muitas nações não acreditam num único D’us. Atualmente no Oriente há ainda povos que adoram ídolos. No mundo ocidental muitas pessoas acreditam em D’us. (Ao mesmo tempo, entretanto, curvam-se a imagens e adoram um homem como deus.) E algumas pessoas "esclarecidas" não acreditam de todo na existência de D’us. Moshê ensinou a verdade a Benê Yisrael. O mundo é governado por um único D’us. Ele é tanto um D’us misericordioso (chamado D’us ) como um D’us severo (chamado Elokim). Nossos sábios ordenaram que cada judeu proclamasse sua crença, recitando o versículo "Shemá Yisrael" duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. Se você olhar o versículo de Shemá num Sêfer Torá ou num Chumash, verá que duas letras desta frase têm o tamanho maior. São elas: áyin e dalet. (O áyin, a letra final da palavra Shemá e o dalet, no final da palavra echad). Estas duas letras formam a palavra "testemunha". D’us disse: "Vocês, o povo judeu, são testemunhas de que sou um. Na Outorga da Torá, vocês viram claramente que sou o único D’us." O versículo "Baruch shem kevod malchutô leolam vaed" Após recitarmos o primeiro versículo do Shemá, adicionamos em silêncio as palavras: "Bendito seja o nome de Seu glorioso reino para todo o sempre!" Este versículo não é encontrado na Torá. Por que razão o acrescentamos? Quando Moshê foi para o céu, ouviu os anjos louvarem D’us com estas palavras. Ele decidiu ensiná-las ao Povo de Yisrael. Dizemos o versículo em silêncio porque D’us não o deu diretamente a nós na Torá. As três Parshiyot de Shemá têm 248 palavras Quando um judeu reza sozinho, repete as palavras: "Ani Hashem Elokêchem" no final da leitura do Shemá. Por quê? Os três parágrafos do Shemá, mais aquelas três palavras, perfazem 248 palavras. O corpo de uma pessoa tem 248 partes. Nossos sábios ensinam que se pronunciamos com cuidado cada uma das 248 palavras do Shemá, D’us protege cada uma das 248 partes de nosso corpo. Sempre que rezamos, é importante pronunciar cada palavra. Se as pulamos ou pronunciamos de forma incorreta (principalmente as palavras "D’us " e "Elokênu") então não estamos rezando devidamente. Quando dizemos Shemá, é ainda mais importante pronunciar cada palavra claramente, mesmo que isso leve mais tempo. Veahavtá / O segundo versículo do primeiro parágrafo do Shemá Moshê continuou: "Veahavtá et Hashem Elokecha bechol levavechá uvchol nafshechá uvchol meodêcha"; "Ame a D’us, teu D’us, com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todas tuas posses." Por que D’us deseja que O amemos? Se O amamos, cumpriremos Suas mitsvot muito mais cuidadosamente. Se você ama D’us, pensará antes de cada mitsvá: "De que maneira posso cumprir melhor esta mitsvá?" Avraham Yitschac e Yaacov cumpriram a mitsvá de "amar D’us " da forma em que está ordenada no Shemá: Avraham amou D’us com todo seu coração. Quando Avraham já era um homem velho, D’us disse-lhe para oferecer seu único filho Yitschac em sacrifício. Avraham amava Yitschac. Mesmo assim, cumpriu a vontade de D’us mostrando a força de seu amor por Ele. Da mesma forma, somos ordenados a resistir à nossos impulsos e amar D’us de todo o coração. Yitschac é um exemplo de alguém que estava pronto a oferecer sua vida a D’us. Concordou em ser sacrificado por Avraham no monte de Moriyá. Nós, também, devemos amar tanto a D’us que estejamos prontos a renunciar a nossa vida por Ele. Yaacov estava pronto a doar toda sua fortuna para D’us. Na casa de seu pai, Yaacov aprendeu a Torá, antes de preocupar-se em enriquecer. A caminho da casa de Lavan, prometeu dar a D’us um décimo de todas suas posses. Após tornar-se rico na casa de Lavan, Yaacov deu tudo que havia ganho ao seu irmão Essav, para comprar sua sepultura na gruta de Machpelá. Quando Moshê ordenou aos judeus: "Ame D’us com todo seu coração, com toda sua alma e com todas suas posses," pôde usar os patriarcas como exemplos perfeitos. Moshê continuou: "Vehayu hadevarim haêle asher Anochi metsavechá hayom al levavêcha"; "Estas palavras que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração." Não devem sentir que estas palavras são velhas; devem sentir-se como se as tivessem recebido ainda hoje no Monte Sinai." "Veshinantam levanêcha vedibartá bam beshivtechá bevetêcha uvlechtechá vadêrech uvshochbechá uvcumêcha"; "Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás a respeito delas, estando em tua casa andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares." Fale sobre a Torá mais que sobre qualquer outro assunto." Um pai judeu deve começar a ensinar Torá aos filhos antes mesmo de começarem a pronunciar suas primeiras palavras. Ensina primeiro este versículo aos filhos: "Torá tsivá lânu Moshê morashá kehilat Yaacov"; "A Torá que Moshê nos ensinou é um legado para a congregaçnao de Yaacov" (Devarim 33:4). Ensina então o versículo "Shemá Yisrael" e outros versículos. "Ucshartam leot al yadêcha vehayu letotafot ben enêcha"; "Ata-las-ás como sinal sobre tua mão e se-rão por filactérios entre teus olhos." Quando um menino judeu atinge a idade de bar-mitsvá, coloca tefilin no braço e sobre a cabeça. Os tefilin na cabeça são como uma coroa (o local onde os tefilin assentam sobre a cabeça é onde os reis judeus eram ungidos com óleo). Os tefilin são atados à cabeça e braço com correias de couro. As tiras mostram que estamos intimamente "atados" a D’us. Os tefilin, na verdade, deveriam ser usados durante todo o dia. No passado, os judeus usavam tefilin o tempo todo, em casa e no Bêt Hamidrash. Dizia-se que Rabi Yochanan e Rabi Yehoshua ben Levi nunca andavam mais que uma curta distância sem usar seus tefilin. Gerações posteriores não eram suficientemente santas para colocar tefilin durante o dia todo. Começaram a usá-los apenas para as preces matinais. "Uchtavtam al mezuzot betêcha uvish’arêcha"; "Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões." A cada vez que entramos e saimos de nossa casa, devemos olhar para as mezuzot e lembrar-nos de cumprir as mitsvot. Veja como é importante o primeiro parágrafo do Shemá! Contém mitsvot muito importantes: amar a D’us, aprender e ensinar Torá, colocar tefilin, e colocar mezuzot em nossa casa. Que possamos sempre escutar, estudar e ensinar profundamente as palavras de D’us outorgadas na Torá, tendo a obrigação e responsabilidade de jamais acrescentar ou diminuir uma única letra; D’us é Um e Sua (nossa) Torá é uma. A verdade é eterna! 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Areia nos Olhos Por Goldie Goldboloom

Todo mundo gosta de mim... Tenho amigos no bairro e na escola e eles são tão divertidos. Sempre riem e faço-os rir e eles dizem: "Ei, este David! É doido! É realmente maluco." Às vezes pulo pra cima e pra baixo e rio e danço e planto bananeira que a mulher da sala de recreação me ensinou. Uma vez, Herby - meu amigo - disse-me pra pular numa piscina e pulei. Mas fiquei com muito medo, pois esqueci que não sabia nadar; a água entrou na minha boca e afundei. Abri a boca para gritar, mas ainda mais água entrou. Todos meus amigos fugiram, ficaram com tanto medo. Um velho me tirou de lá e então Herby correu e berrou: "Cuidado! Ele é retardado." Aposto que ele ficou com medo e por isso parecia tão malvado. Eu não sabia o que era retardado. Acho que é quando você se afoga. Então ele disse: "Que retardado... a gente só estava brincando quando lhe dissemos pra pular e ele pulou! Ele é lunático, doente da cabeça." O velho tentou pegar Herby, mas ele fugiu. Bem, o que Herby disse não era verdade. Senti-me muito bem depois que pus a água pra fora, não doente da cabeça ou qualquer outra coisa. Será que quando você fica retardado numa piscina você fica doente da cabeça? Minha mãe ficou aborrecida quando o homem me levou pra casa. Seu nome - a propósito - é Sr. Klein. Ele lhe disse que os garotos da minha escola são maus comigo. Eu queria dizer que não era verdade; eles são meus amigos. Mamãe balançou a cabeça e depois descobrimos que o Sr. Klein era diretor de uma escola judaica. Disse que havia outras crianças retardadas em sua escola. Imagine só! E eu que pensava que era o único garoto do bairro que quase se afogara. Disse isso ao Sr. Klein e ele respondeu: "Você não sabe o que significa retardado?" Explicou que quer dizer que não posso pensar tão depressa quanto outros meninos. E comecei a chorar. Herby tinha me chamado de retardado! Ele não queria dizer que me afoguei, queria dizer que eu era bobo! Rapaz! Queria mesmo era dar um bom soco no Herby! De qualquer maneira, minha mãe não me deixou voltar para o colégio e comecei a ir à escola do Sr. Klein. No primeiro dia, um menino enorme apareceu, pegou minha mão, cumprimentando-me e disse: "Meu nome é Yisrael. Quer brincar?" Brinquei com ele, mas não me pediu para plantar bananeira ou dançar ou outra coisa. Ele perguntou se eu sabia ler; bem não sabia, mas eu já tinha 12 anos então achei que ele ia pensar que eu era idiota se não lesse e disse: "Sim, eu sei ler." Herby sempre ria quando eu dizia isso, mas Yisrael disse: "Você sabe ler hebraico?" E perguntei: "O que é isso?" Ele pronunciou umas palavras que eu não conhecia, nenhuma delas. Ele disse: "Quer aprender a pronunciá-las?" Eu nem mesmo sabia o que ele dissera, mas pensei que talvez pudesse aprender. Sentamos ao lado da cerca e ele disse a palavra Shemá umas cinqüenta vezes e depois foi minha vez. Então ele disse Yisrael, e eu dei uma risadinha, pois era o nome dele. Depois que eu disse Yisrael, não me lembrei mais da primeira palavra, mas ele não disse nada. Todos os dias, Yisrael pronunciava aquelas palavras e me falava sobre elas. Não sei tudo o que ele disse, mas fiquei mesmo feliz em saber que Hashem (é o nome secreto de D'us que nós, judeus, usamos) está em toda a parte. Legal! O Sr. Klein me ouviu e fiquei nervoso, mas às vezes eu falava certo e um dia ele disse que eu devia recitar isso em meu Bar-Mitsvá. Fiz com que Yisrael escrevesse Bar-Mitsvá para que eu pudesse perguntar a minha mãe o que era e talvez eu pudesse ter um. Ela disse SIM! Fomos à loja e minha mãe comprou um terno, uma gravata e um chapéu para mim. Parecia engraçado - o chapéu, mas o Sr. Klein disse que é o que os meninos de Bar-Mitsvá usam. Não contei a minha mãe que eu sabia as palavras do Shemá e que eu ia dizê-las. Queria lhe dar um presente, uma surpresa. Yisrael treinou de novo e de novo comigo, e todas as vezes que eu fazia direitinho abria um grande sorriso. Ele não ria de mim. Algo se mexeu dentro de mim. Minha mãe e Yisrael iriam sorrir para mim no bar-mitsvá e eu ia dizer o Shemá. Logo era o Shabat de meu Bar-Mitsvá. Meu pai me vestiu e quando deu o nó na gravata comecei a ensaiar as palavras. Segurou a gravata e, aí, os olhos de meu pai ficaram marejados. "Você tem areia nos olhos, pai?" - perguntei. Estava com medo, mas ele me levou pra fora e andamos até a sinagoga. Rapaz! Como era grande! Tinha um cheiro bom lá e o rabino ficava dentro de uma caixa. Minha mãe se sentou lá em cima e não podia vê-la. Muita gente veio e apertou minha mão e, por um momento, fingi ser o rabino, cumprimentando todas aquelas pessoas. Então Yisrael veio e me deu um sidur para segurar e um grande sorriso. Ele é um amigão. Quando tiraram a Torá do armário, meu pai veio para junto de mim e a tocamos. Depois leram umas palavras. Vi o rabino chegar e ele falou um monte de coisas que não lembro e fiquei ouvindo meu nome. Isto deve ser o Bar-Mitsvá. Então me perguntou se eu tinha algo a dizer. Meu estômago doeu. O que eu ia dizer? Mas Yisrael se levantou e segurou minha mão. Virei para ver se alguém me via tão medroso, e todos olhavam para meu rosto. Yisrael disse docemente: "Agora!" Um homem no fundo fez "Sssshh!" e eu lembrei "Oh!...o Shemá!" Eu disse as palavras devagarinho e alto, de forma que minha mãe pudesse ouvir. Quando acabei, pensei que todos iam rir, mas tudo estava quieto. Podia ver algumas pessoas chorando! Perguntei a Yisrael se devia dançar para alegrá-las, mas ele disse que não. Às vezes as pessoas choram quando estão contentes. Me pareceu meio engraçado. Depois da reza, encontrei minha mãe. Seus olhos estavam vermelhos e pensei que ela também tinha areia nos olhos. Dei-lhe um lenço e perguntei se tinha gostado de meu presente. Ela pensou que era o lenço! Mas eu disse: "NÃO! as palavras! Eu as disse para você!" Aí piorou, a areia, e acho que ela também tinha um pouco em sua garganta. Foi então que decidi que quando fosse grande como Yisrael ia trabalhar e comprar um verdadeiro presente para minha mãe. Talvez comprasse telas para as janelas, para que a areia não entrasse e fosse parar nos olhos de todo mundo. Por Goldie Goldboloom O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright. Gostou daquilo que leu? Clique aqui para meios de ajudar a expandir nosso conteúdo judaico e ferramentas úteis. Colabore

sábado, 16 de junho de 2012

Talit e Tsitsit Entre Franjas e Nós

Disse Rabi Shimon bar Yochai: "Quando o homem levanta de manhã e coloca os tefilin e tsitsit, a Shechiná (Presença Divina) paira sobre ele e proclama: ‘Tu és Meu servo, Israel, através do qual Serei Glorificado.’" O exército de cada soberano traja-se com seu uniforme distinto; é o símbolo da lealdade que o soldado deve a seu rei. O povo de Israel também possui suas insígnias especiais que o identificam como o servo de D’us. Uma delas são os tsitsit. Há dois tipos de talit: o talit catán (pequeno), também chamado de "tsitsit", usado durante o dia debaixo da camisa; e o talit gadol (grande), usado somente na Prece Matinal. As franjas do talit, denominadas tsitsit, funcionam como lembrete de todas as mitsvot da Torá. Ao colocar o talit, deve-se ter em mente que D’us nos ordenou que nos envolvêssemos nele a fim de que possamos nos lembrar de cumprir todos Seus mandamentos. Vestimentas A Torá exige que os tsitsit fiquem ligados às vestes humanas e esta relação pode ser detectada numa breve revisão da origem e do significado dos trajes humanos. De acordo com a Torá, as roupas têm a sua procedência no pecado de Adam e Chava. O homem foi criado perfeito, sem ter quaisquer maldade em seu interior. Não tinha más inclinações e nem conhecia tentação alguma por prazeres físicos. Na pureza de sua mente, o sentimento de vergonha era completamente desconhecido. Todos os órgãos e membros do seu corpo eram iguais, cada um tendo que cumprir a sua parte na execução da missão Divina do homem sobre a terra. Em qualquer ocasião, fosse um exercício aparentemente espiritual ou um ato físico, só havia uma consideração: o cumprimento da Vontade Divina. Após ter pecado ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento, adquiriu consciência do prazer físico do qual não se dava conta antes, quando sua alma predominava sobre as coisas materiais. Em sua mente então contaminada, o bem já não era mais puramente bom. Percebeu que certas partes do seu corpo estavam mais diretamente associadas com o senso do prazer físico. A exposição destes membros fazia agora surgir nele um sentimento de vergonha por dois motivos: primeiro, porque eram uma lembrança da humilhante queda do homem sob o poder da luxúria e em segundo lugar, porque significavam uma fonte de tentação. Por esses motivos, o homem sentiu-se envergonhado com a sua nudez e quis cobrir o seu corpo. Após o seu pecado, Adam e Chava tiveram a sensação e a consciência do nu e prepararam para si roupas para cobrir seus corpos. Assim, as roupas lembram ao homem sua queda do estado de pureza absoluta para outro da sucetibilidade à tentação e uma luta interna entre as aspirações da alma Divina e as paixões do corpo físico. Talvez, por este motivo (para ser um lembrete) somos obrigados a prender as franjas dos tsitsit à nossa roupa. Pois os tsitsit não fazem parte integrante do traje e não possuem utilidade material. Os tsitsit e as vestes servem assim essencialmente ao mesmo propósito: os tsitsit advertindo-nos para ficarmos em guarda contra as inclinações do "coração e dos olhos" – (os dois provocadores do pecado) e o traje de uma lembrança vivIda na primeira vez em que o homem sucumbiu ao pecado. O propósito A mitsvá de tsitsit é mencionada duas vezes naTorá: a)"…Que façam para eles tsitsit (franjas) sobre as bordas das suas vestes, pelas suas gerações e porão sobre os tsitsit da borda um cordão azul celeste. E será para vós por tsitsit e vereis e lembrareis todos os mandamentos de D’us e os cumprireis e não errareis indo atrás (do pensamento) do vosso coração e atrás (a vista) dos vossos olhos, atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis e cumprais todos os Meus mandamentos e sejais santos para com vosso D’us." (Bamidbar. XV: 38:41) b) "Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos de tua vestimenta com que te cobrires." (Devarim XII:12) A própria Torá assim explica o propósito dessa mitsvá. Na primeira passagem citada encontramos tanto as metas imediatas como aquelas a prazo longo. As imediatas consistem em um princípio positivo e um negativo: Lembrete permanente Ao mandar olhar para os tsitsit D'us queria que o homem atingisse vários objetivos. a) nos lembra todos os mandamentos para que os observemos; b) evita que sigamos as inclinações do nosso coração e dos nossos olhos que tendem a nos levar para a infidelidade (a D’us). c) para lembrarmos e observarmos os mandamentos de D’us; e d) nos elevar a um nível de santidade e nos tornar santificados perante D’us. Como podem estas singelas franjas, ligadas ao nosso traje, atingir uma meta tão elevada e abrangente? Como pode a visão dos tsitsit nos ajudar a compreender o nosso "eu" espiritual e alcançar nosso objetivo de perfeição humana? Para entender isso, precisamos nos aprofundar um pouco mais nos aspectos simbólicos deste preceito. Nossa pesquisa nos revelará que poucos mandamentos são tão ricos em simbolismo e contêm tantas alusões e lembretes como essa mitsvá. E uma vez que tenhamos aprendido a reconhecer e a apreciar esses símbolos e alusões compreenderemos a eficácia do tsitsit e porque foi dito que este único preceito é eqüivalente a todas as mitsvot daTorá (Menachot 43b). A mulher está isenta deste preceito, pois a Torá reconhece sua conexão muito mais direta com D’us através de sua natureza e sensibilidade natas e a considera bastante ciente dos seus deveres, não necessitando do lembrete constante dos tsitsit para recordar-se dos mandamentos daTorá. Tsitsit e Cohen Gadol O termo tsitsit lembra o tsits, a placa de ouro usada pelo cohen gadol, o Sumo Sacerdote, na qual estavam gravadas as palavras "Santidade a D’us" (Shemot 28:36). Assim como tsits é derivado do hebraico "fitar" porque era usado na testa um lugar visível a todos. Tsitsit também é derivado da mesma raíz. Tsitsit se refere também aos cabelos, ou "franjas" na fronte. Assim, essa palavra denota que as franjas devem ser vistas, olhadas: e sua melhor tradução é portanto "franjas à mostra" (i.e., as franjas ligadas à veste a fim de serem vistas). Na verdade e mais a fundo, o relacionamento tsits/tsitsit é mais do que etimológico e os tsitsit do homem comum são de fato um modelo do tsits do cohen gadol. Significado Os tsitsit pelo seu nome e maneira com que estão ligados à roupa, aludem aos 613 preceitos daTorá: o eqüivalente numérico da palavra tsitsit é 600; some a isso 8 pelo número de fios e 5 pelo número dos nós e terá 613. Os cinco nós indicam também que temos de nos amarrar aos cinco Livros de Moisés, ao passo que os oito fios sugerem os oito órgãos do corpo que estimulam o homem a pecar (os ouvidos, olhos, boca, nariz, mãos, pés, genitais e o coração), que devem ser subjugados e santificados. Assim, a vista dos tsitsit serve ao propósito de lembrar o homem as suas obrigações Divinas (os 613 preceitos daTorá) e protegê-lo de cair vítima dos atos pecaminosos relacionados com os órgãos mencionados. A visão atenta dos tsitsit serve como lembrete que conduz a uma observância consistente daTorá ("e o vereis e lembrareis… e os cumprireis"). Os tsitsit devem portanto ser usados em peças de roupa regulares (quadradas, de quatro pontas) e não devem ser restritos ao talit (xale de orações) usado somente na hora das preces. Pois, como Ibn Ezra escreve em seu comentário, "É mais importante estar envergando os tsitsit em outras horas que não as da oração, a fim de lembrar em todos os momentos a não se desviar e cometer um pecado; pois na hora da prece o homem não peca." E embora aTorá exija tsitsit somente numa peça de quatro cantos, sugerindo assim que, em faltando tal peça de roupa, a pessoa está isenta de sua obrigação, Rabi Isaac Abarbanel nota em seu comentário: "Eles devem fazer para si tsitsit …pelas suas gerações…" para ensinar que, mesmo no decorrer das gerações, quando os israelitas não costumarem mais a usar trajes de quatro pontas, deverão, assim mesmo fazer algumas peças de quatro pontas e colocar os tsitsit ligados nelas. Daí se vê claramente o conceito errôneo daqueles que argumentam que, se a pessoa não deseja usar um traje de quatro pontas, fica isenta da mitsvá do tsitsit. O fio azul, extinto As franjas à mostra despertam no homem uma consciência direta da Presença Divina. Esta era a função especial que tinha o fio azul (Techelet) cuja coloração era obtida através da extração do pigmento do Chilazon, um peixe, e especialmente processado; atualmente extinto. Por que o azul foi escolhido entre todas as cores? Porque o azul se assemelha à cor do mar e o mar parece com a cor do céu e o céu se assemelha à ‘cor ’ do Trono de Glória de D’us!" A vista dos tsitsit induz uma visão mental, uma consciência da Shechiná (Presença Divina). Em qualquer uma das direções — leste, oeste, sul e norte — que nos voltemos (aludidas pela especificação da peça de quatro cantos), os tsitsit nos tornam conscientes da presença de D’us. Hoje não temos mais um fio azul porque oChilazon (um anfíbio conchífero) do qual o pigmento azul era extraído está atualmente oculto e desconhecido. Mas o seu significado continua válido quando lemos o preceito deTechelet . Já que em hebraico a palavraTechelet é parecida comTachlit que quer dizer "meta final", o significado doTechelet vem lembrar ao homem que o último e definitivo objetivo de tudo é a Shechiná. A passagem da Torá A passagem da Torá que determina o preceito do tsitsit põe em contraste a lembrança e a observância dos "mandamentos de D’us" com o seguir "atrás do vosso (próprio) coração e dos vossos (próprios) olhos, atrás dos quais vos desviais". Esta contraposição sugere mais do que o sentido literal aparente. Pois aTorá não especifica um "andar atrás" de inclinações pecaminosas, mas pronuncia uma advertência geral e abrangente, de "não seguir atrás do vosso coração e dos vossos olhos" — independente de quais sejam as intenções. Ao ponderarmos este constraste, seu sentido latente se torna óbvio: O coração é a sede das emoções humanas, dos sentimentos pessoais do homem. Os olhos, na terminologia daTorá, configuram sabedoria e intelecto. A Torá no contexto da mitsvá do tsitsit , assim nos adverte para "não ireis atrás do vosso coração (as emoções e sentimentos) e vossos olhos (o intelecto), atrás dos quais vos desviais". Não é, pois, a nossa opinião e nossos ideais pessoais (não importa quão nobres e elevados possam parecer), que devemos seguir, mas sim os mandamentos de D’us. Mesmo quando nosso coração e nossa mente aquiescem em assuntos daTorá por causa do apelo intelectual ou atração sentimental, nós temos de observar os preceitos e as instruções daTorá como mandamentos de D’us. É tão somente a natureza supra-racional e supra-sentimental dos mandamentos como decretos Divinos que lhes empresta seu caráter de verdade e de relevância absolutas. Racionalismo e sentimentalismo como critérios únicos e independentes são caminhos essencialmente perigosos e geralmente enganadores "atrás dos quais vos desviais." Segundo os nossos livros sagrados, o motivo de envolver o corpo com o talit sensibiliza o coração do homem e o desperta para um sentimento de temor a D’us. A razão pela qual os tsitsiyot também são chamados naTorá deGuedilim, é que, segundo o costume judaico, mesmo um menino pequeno deve vestir o talit catan a fim de educá-lo quanto ao cumprimento das mitsvot, para que, ao crescer, sinta cada vez mais o gosto e a "doçura" delas. Por isso são denominados de Guedilim (do hebraico Guidul que significa"crescimento"), pois as mitsvot vão crescendo com ele. O motivo do número de voltas entre cada espaço de nós nos tsitsiyot , respectivamente 7, 8, 11 e 13 é que eles totalizam o mesmo valor numérico das palavras Hashem Echad (D’us Único) que, em hebraico, é 39. O valor numérico da palavra tsitsit em hebraico é o mesmo das palavras hebraicas tsedacot (que significa "justiças") enesher (que significa "água"). Isso nos esclarece que quem guarda a mitvá do tsitsit terá o mérito de contemplar a Face da Shechiná (Presença Divina), conforme está escrito: "Eu com justiça verei Tua Face"; e merece também que se concretize (sobre ele) a profecia: "E vos transportarei sobre asas de águias." A palavra Ure‘item (que significa "e vocês verão" os tsitsiyot) tem o mesmo valor numérico que a palavra tsitsit bayom ("de dia" — quando se aplica a mitsvá do tsitsit). O motivo pelo qual envolvemo-nos no talit ainda antes de colocar os tefilin, é que a mitsvá de tsitsit é mais freqüente (pois vestimos mesmo no Shabat e nos dias santificados) e isto lhe dá prioridade. Em cada borda do talit encontramos 5 nós, ou seja 20 nas 4 pontas, eqüivalentes às mãos e aos pés nos quais encontramos 20 dedos. Isto transmite a idéia que todos os membros humanos encontram-se a serviço de D’us. Os livros místicos relacionam a mitsvá de tsitsit com a visão profética de mercavá ("carruagem") que consiste num dos assuntos mais profundos do Tanach e que é explicado nos livros clássicos da Cabalá e Chassidut. O profeta Yechezkel visualiza quatro formas diferentes, anjos com asas, etc. A intenção de D’us na criação do homem é que ele assimile as características dos seres superiores. O corpo do homem é um só, mas se ramifica em quatro órgãos fundamentais: o cérebro, o coração, a língua e o Berit Milá que devem ser suportes da "Carruagem" Divina. (A idéia do conceito Mercavá -Carruagem, segundo os ensinamentos de Chassidut, define de forma alegórica a submissão e anulação dos interesses e tendências pessoais perante D’us: assim como a carruagem não possui vontade própria e é submissa àquele que a dirige.) Este é o motivo de envolver-se com o talit de quatro pontas (eqüivalentes aos quatro seres da Mercavá) e esta também é a razão da Torá chamar as pontas de Cnafot (da mesma raíz queCnafayim em hebraico, cujo significado é "asas", fazendo da lusão à elevação do homem através desta mitsvá. E por este motivo também é que de cada uma das quatro pontas saem oito fios, iguais ao número de faces e asas de cada um dos seres da mercavá totalizando 32, eqüivalente aos 32 caminhos da Chochmá (Sabedoria). Leis referentes ao talit Os tsitsit devem ser colocados em qualquer vestimenta que cubra o corpo e que tenha 4 pontas (bordas) — duas na frente e duas atrás. • Os fios (do tsitsit) devem ser preparados (desde a fiação), trançados e colocados apropriadamente na veste, especialmente com o intuito da mitsvá do tsitsit. • Os tsitsit e a veste devem ser do mesmo material. É preferivel, porém que sejam ambos de lã, ou pelo menos que os fios sejam de lã. • Comprimento dos fios de tsitsit deve ser de no mínimo 24cm e de preferência acompanhando a seguinte proporção: 1/3 de comprimento para os nós e espaços intermediários (do tsitsit) e os 2/3 restantes para o fios soltos (após o último nó). • Se um dos fios soltos do tsitsit se romper, o talit ainda permanece casher. No caso de mais de um fio ter se cortado, um Rabino ortodoxo deverá ser consultado. • Os fios do tsitsit devem ser trançados e caso um deles se desfie, esta parte é considerada ausente. • A obrigatoriedade do tsitsit se aplica (apenas) nas horas diúrnas. Portanto a respectiva berachá, bênção, não deve ser pronunciada antes do amanhecer ou após o pôr-do-sol. • Apesar da obrigação recair apenas nos horários diurnos, é costume vestir o talit catan também ao dormir durante a noite, para que dessa forma mesmo ao permanecer desacordado após o início do dia, já estejamos cumprindo a mitsvá. Assim também, de acordo com os ensinamentos, é meritório vestir o talit catan mesmo de noite. Porém ao amanhecer, a berachá do talit catan deve ser recitada sobre uma outra veste. Não havendo outro talit catan, costuma-se mover os fios dos tsitsit, recitando então a berachá. • Segundo o costume Chabad somente homens casados vestem o talit gadol, recitando a berachá apenas sobre este talit com a intenção que ela recaia também sobre o talit catan. • Ao tomar um talit emprestado para rezar, costuma-se recitar a berachá sobre o talit, a não ser que esteja sendo utilizado somente ao ser chamado naTorá; neste caso não se recita a berachá. • Se após vestir o talit gadol, este caiu completamente do corpo, deve-se repetir todo o processo da Atifá, inclusive recitar a berachá novamente. Se isto acontecer quando a pessoa se encontra no meio da prece, quando não é permitida a interrupção por conversa, coloca-se o talit, mas espera-se até depois da Amidá, Prece Silenciosa, para recitar a berachá. Se o talit caiu durante a Amidá, a própria colocação do Talit também é efetuada depois. • Mas se o talit permanecer no corpo, mesmo que parcialmente, não precisa repetir a berachá. Se ficou apenas nas mãos é considerado como se tivesse caído totalmente. • Se alguém tirou seu talit gadol com a intenção de recolocá-lo em seguida, já que teve este pensamento, não é necessário repetir a berachá. • A veste do talit, mesmo quando invalidado, não deve ser utilizada de forma desprezível, uma vez que já foi usada para uma mitsvá. • Caso um dos fios de tsitsit tenha caído ou sido cortado não se deve jogá-lo fora ou empregá-lo de maneira desprezível. É costume utilizá-lo como marcador de algum livro sagrado (já que se trata de um objeto com o qual foi realizada uma mitsvá), para que continue a desempenhar uma função semelhante. • É recomendável evitar, ao vestir o talit , que os tsitsiyot se arrastem pelo chão. • A parte da veste do talit catan ou gadol que foi colocada (vestida) na frente ou em cima, deve permanecer sempre na mesma posição, em todas as vezes que for vestida. Para tanto é costume fazer um sinal que sirva de lembrete na extremidade superior interna do talit gadol e na parte dianteira do talit catan. • A largura do talit catan deve ser de no mínimo uma Amá , ou seja 48 cm e o comprimento deve ser de no mínimo duas Amót , excluindo o orifício central, por onde o talit é vestido, de forma que resta uma Amá no peito (pela frente) e uma Amá por trás. Ao usar um talit catan menor do que estas medidas no dia de Shabat, cria-se o problema adicional de estar carregando no Shabat. • Deve-se tomar cuidado para não usar um talit gadol estreito ou curto demais. O seu tamanho mínimo é o necessário para poder envolver a cabeça e uma boa parte do corpo ao mesmo tempo. • Para meninos de 6 a 13 anos de idade, que já devem usar o talit catan a fim de se acostumar com a mitsvá de tsitsit pode-se basear nas opiniões que permitem medidas menores das mencionadas acima para o talit catan. Nosso costume é de iniciá-los nesta mitsvá desde os três anos de idade. • Deve-se procurar um talit bonito, assim como todas as mitsvot devem ser realizadas da melhor maneira e minuciosamente (Hildur Mitsvá). • Assim também ao comprar os tsitsit, deve-se verificar o seu estado e adquirí-los de pessoa de confiança, para ter certeza que todo o material empregado foi preparado especificamente para a mitsvá de tsitsit e que possua as medidas certas. A maneira correta de vestir o talit catan e o talit gadol Se ao vestir o talit catan, as mãos da pessoa estavam sujas ou impuras, estando inapta a pronunciar a berachá, ela deve ser dita mais tarde, após netilat yadayim (depois de abluir as mãos), movendo os tsisiyot, etc. Deve-se separar os fios dos tsitsit um do outro, de forma que estejam sempre soltos (e não entrelaçados). Ao vestir o talit catan ou gadol deve-se meditar na intenção Divina ao ordenar este preceito, de nos lembrar de todas as mitsvot e cumpri-las além (é óbvio) da intenção de cumprir a própria mitsvá do tsitsit. Antes de pronunciar a bênção referente aos tsitsit, deve-se verificá-los atenciosamente, de modo a certificar-se que estão casher (aptos ao uso) a fim de evitar pronunciar a bênção em vão. Este exame é sempre necessário a não ser que a pessoa se atrase por causa da verificação e isto não lhe permitirá rezar junto com a congregação. A berachá de tsitsit e (no caso do talit gadol) seu envolvimento no corpo — devem ser feitas em pé. Ao falar o trecho de "Baruch Sheamar " na prece, seguram-se na mão direita os dois tsitsiyot da frente (do talit catan para solteiros e do talit gadol para os casados) e no fim deste trecho ("Melech Mehulat Batishbachot") se beija os fios do tsitsit. Na bênção anterior ao Shemá Yisrael (em Shacharit, Prece da Manhã) ao chegar na palavra "Vahaviênu" pegam-se os dois tsitsiyot da frente e em seguida os de trás, primeiro do lado esquerdo e depois do direito. Seguram-se todos os tsitsiyot na mão esquerda entre o anular e o minguinho e perto do coração. Chegando no terceiro capítulo do Shemá ("Vayômer") , seguram-se as pontas dos tsitsiyot também com a mão direita. Ao mencionar as seguintes seis palavras — 1)tsitsit, 2) tsitsit, 3)Letsitsit, 4) Emêt, 5) Cayemet, 6) Laad —passamos os tsitsiyot nos olhos e em seguida os beijamos. Bênção pronunciada ao colocar o talit Catan Tratando-se de homem solteiro que não veste talit gadol, deve-se vestir o talit catan, recitar a berachá, segurando e movendo os tsitsiot antes de pronunciá-la. BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊNU MÊLECH HAOLÁM, ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTÁV VETSIVÁNU AL MITSVAT TSITSIT. "Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou sobre a mitsvá de tsitsit ." Talit Gadol Antes de envolver-se no talit gadol, coloca-se o talit dobrado no ombro direito. Procede-se a verificação dos tsitsiot enquanto recitam-se os seguintes versículos: BARECHI NAFSHI ET A-DO-NAI. A-DO-NAI E-LO-HAI GADALTA MEOD, HOD VEHADAR LAVASHTA. OTÉ OR CASSALMÁ, NOTÉ SHAMAYIM CAYERIA. (Salmos CIV:1-2) "Abençoe, ó minha alma, ao Senhor. Ó Senhor, meu D’us. Tu és magnificamente exaltado. Tu Te vestiste de majestade e esplendor. Tu Te envolves de luz como um manto. Tu expandes os céus como uma cortina." Depois abre-se o talit completamente. Antes de se envolver no talit, recita-se a seguinte berachá: BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HÊNU MÊLECH HAOLÁM ASHER KIDESHÁNU BEMITSVOTÁV VETSIVÁNU LEHIT ‘ATÊF BETSITSIT. "Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou envolver-se em tsitsit." Após a berachá cobre-se a cabeça até (inclusive) os olhos com o talit permanecendo assim (por um curto espaço de tempo) envolvido à moda árabe, tomando as duas extremidades do lado direito e jogando-as ao ombro esquerdo (por trás). Enquanto envolto no talit recitam-se os seguintes versos: MA YACAR CHASDECHÁ E-LO-HIM, UVENEI ADAM BETSEL. KENAFECHÁ YECHESSAYUN. YIRVEYUN MIDESHEN BETECHA, VENACHAL ADANECHA TASHKÊM, KI IMECHÁ MECOR CHAYIM, BEORECHÁ NIR‘É OR. MESHOCH CHASDECHÁ LEVODEECHÁ, VETSIDCATÊCHA LEYISHREI LEV. Salmos XXXVI:8-11) "Como é preciosa Tua bondade, ó D’us; os filhos dos homens se refugiam na sombra de Tuas asas. Eles se saciarão com a delícia de Tua Casa e Tu lhes darás de beber do rio da Tua bem-aventurança. Pois Contigo está a Fonte da Vida, na Tua Luz veremos luz. Concede Tua Bondade para Teus conhecedores e Tua Justiça para os de coração reto." Durante as orações é nosso costume permanecer com o talit cobrindo a cabeça. PT.CHABAD.ORG Revista Semanal