SHEMA ISRAEL

Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Crepalach Pasteizinhos de carne moída tradicionalmente servidos na refeição da tarde de Yom Kipur.

Pasteizinhos de carne moída, cozidos ou fritos, tradicionalmente servidos na refeição da tarde de Yom Kipur e Hoshaná Rabá. Ingredientes da massa * 2 xícaras (de chá) de farinha de trigo * 1/2 colher (de chá) de sal * 3 colheres (de sopa) de óleo * 1 1/2 colher (de chá) de fermento em pó ou de bicarbonato de sódio * 3 gemas * 1/2 xícara (de chá) de água Ingredientes do recheio * 1 cebola picada * 2 colheres (de sopa) de óleo * 1 xícara (de chá) de carne moída cozida * 1 colher (de chá) de sal * 1/4 colher (de chá) de pimenta (opcional) * 1 ovo * 1 colher (de sopa) de farinha de matsá ou farinha de rosca Preparo da Massa Misture a farinha de trigo, o sal e o óleo em uma tigela. À parte, bata as gemas com a água e o fermento em pó (ou bicarbonato). Junte à mistura de farinha de trigo. Sove bem e abra a massa com o rolo sobre uma superfície polvilhada de farinha, corte em quadrados ou círculos de cerca de 2 1/2 cm. Preparo do recheio Refogue a cebola no óleo. Acrescente a carne moída e doure por 5 minutos. Retire do fogo e deixe esfriar. Acrescente o sal, a pimenta, o ovo e a farinha de matsá e misture bem. Encha cada quadrado ou círculo com a mistura de carne. Dobre em triângulo ou junte ambas as partes e a base para o centro, formando um triângulo. Cozinhe em água fervente levemente salgada cerca de 20 minutos, até que os Kreplach flutuem na superfície. Quando prontos, remova a água e sirva na sopa. Dica Para Kreplach mais firmes, frite de ambos lados, em óleo quente. O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

Carta de uma mãe, bênção de um pai

Momentos antes de Yom Kipur damos a tradicional bênção sacerdotal aos nossos filhos. O Rebe costumava dar esta bênção aos alunos da Yeshivá, parando na sinagoga pequena, a caminho da sinagoga maior para a prece de Col Nidrê. A voz do Rebe se embargava com emoção, como um pai abençoando seus amados filhos naqueles momentos sagrados. Feivel Shapiro, membro da comunidade judaica da Antuérpia, perdeu a mãe muito cedo. Infelizmente ela faleceu após ficar doente quando ele tinha apenas doze anos de idade, pouco antes do seu bar mitsvá. Ela deixou órfã uma casa repleta de crianças, e ele era o mais jovem. Cresceu sob aquelas difíceis circunstâncias. Com o passar do tempo amadureceu, se tornou um empresário e passou a ganhar o próprio sustento. Cerca de vinte anos após o trágico falecimento da mãe, os assuntos de negócios de Feivel o levaram até a cidade de Nova York. Durante uma das noites de verão ele foi até o 770 da Eastern Parkway, a sede de Chabad, para rezar o serviço noturno com o minyan do Rebe. Após Arvit ele notou uma movimentação de pessoas entrando e saindo no hall adjacente ao estúdio do Rebe, e ficou óbvio que algo estava acontecendo. Fez perguntas e soube que era uma noite de yechidut, audiências particulares com o Rebe. Ele recebia pessoas que tinham marcado visitas para ouvir o sábio conselho deste grande líder. Feivel, era uma pessoa que, talvez devido ao fato de ter ficado órfão ainda criança, não tinha medo de nada e era bastante animado. Ficou ali perto da entrada da sala do Rebe, até que decidiu entrar e ver o Rebe embora não tivesse agendado a visita. Tranquilamente ele se dirige à primeira pessoa da fila e diz: preciso entrar antes de você, pois tenho de sair com urgência, e a pessoa consentiu. A porta se abre e sai a pessoa da yechidut anterior, e Feivel então entra na sala do Rebe. O secretário do Rebe fica chocado pela ousadia e o segue, pretendendo dar uma bronca naquele intruso. O Rebe levanta os olhos e manda Feivel se sentar. A porta se fecha. Silêncio. Como não tinha tido a intenção de ir ali, ele não tinha levado o tradicional bilhete com seus pedidos, dúvidas ou preocupações que normalmente as pessoas entregavam ao Rebe – na verdade ele não tinha nada a dizer. Durante alguns breves, mas longos, momentos, o empresário ficou ali sentado, na frente do Rebe, num silêncio total. Então, como se num instante de inspiração, o Rebe vai até uma gaveta e começa a procurar alguma coisa. Ele volta à mesa com uma carta e começa a ler o que está escrito ali. O fato é que aquela era uma carta real escrita pela mãe de Feivel, vinte e cinco anos antes. Na carta ela diz saber que está para morrer mas “não estou preocupada comigo mesma, Rebe, apenas peço ao senhor que desperte Rachamim Rabim, misericórdia extraordinária de Hashem, pelas minhas crianças.” Ela continua com uma súplica apaixonada para que D'us proteja e abençoe seus filhos, que logo estarão no mundo sem uma mãe. Feivel fica em choque. Ele era apenas uma criança quando a mãe faleceu, e suas lembranças dela eram tudo que tinha para mantê-la perto dele, e jamais soubera da existência dessa carta escrita ao Rebe em prol dele e dos irmãos. Vinte e cinco anos depois, o amor e preocupação dela ainda estavam vivos ali na sala do Rebe. Porém a maior revelação ainda estava por vir. Quando perguntou ao Rebe se poderia ficar com a carta, o Rebe gentilmente negou. “Antes de eu ir ao Col Nidrê”, explicou ele (quando ele fazia a primeira parada na pequena sinagoga e dava aos alunos da Yeshivá a tradicional bênção para os filhos), “eu leio a carta de sua mãe.” Talvez, quando o Rebe começasse as preces de Col Nidrê, implorando ao nosso Pai no Céu para sermos inscritos e selados para um Ano Novo Bom e Doce, ele tenha escolhido evocar a Divina misericórdia de D'us aos Seus filhos com o amor altruísta desta mãe pelos seus filhos. Ao abençoarmos nossos filhos antes do início de Yom Kipur, como uma mãe doente rezou por bênçãos para os seus preciosos filhos, como o Rebe abençoa e reza por todos nós… Avinu Malkênu, sim, Tu és nosso Rei, mas em primeiro lugar és nosso Pai. Querido D'us, Pai, tenha misericórdia dos Teus filhos! Doce significa Doce, e Bom significa Bom – feliz e saudável, como apenas um pai ou mãe são capazes de implorar para seus preciosos filhos. E nosso pai celestial tem o poder de selar, colocando o Seu carimbo. The content on this page is copyrighted by the author, publisher and/or Chabad.org, and is produced by Chabad.org. If you enjoyed this article, we encourage you to distribute it further, provided that you comply with the copyright policy. Post a Comment Assunto: Comment: 1000 Caracteres restantes Nome*: Publique meu nome como anônimo. E-mail*: Cidade*: Estado/País: * indica um campo obrigatório Instruções de envio Favor enviar-me a revista semanal de Chabad.org e novidades do site. Chabad.org does not share your email address. Gostou daquilo que leu? Clique aqui para meios de ajudar a expandir nosso conteúdo judaico e ferramentas úteis. Colabore Chabad.org – Entregou Inscreva-se em nossa lista semanal: Cadastre-se Artigos Silêncio: no Concerto ou na Sinagoga? Rótulos e Etiquetas O Túnel do Tempo… Como Mudar o Passado Os Dorminhocos Perdão Nossas Falhas Deletadas? 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Yom Kipur no Pronto Socorro?

Por Isroel Cotlar Pergunta: Caro Rabino,
Tenho me sentido culpado desde Yom Kipur. Ao invés de passar o dia na sinagoga, fui obrigado a levar um amigo ao pronto socorro e passar o dia no hospital. Foi uma verdadeira emergência médica, e jejuei, mas ainda me sinto mal porque não pude rezar como normalmente faço… O que posso dizer a mim mesmo? Resposta: Peço desculpas pela demora em responder. Esta tem sido uma semana atarefada, graças a D'us, minha família acaba de ser abençoada com um filho! Na verdade, eu estava liderando os serviços ao final da prece Neilah, o ponto alto das preces de Yom Kipur, quando recebi um tapinha nas costas e fui informado que minha mulher estava entrando em trabalho de parto. Outro rabino assumiu como cantor, e corri para cuidar da minha mulher. A Lei Judaica nos diz que temos de salvar uma vida, mesmo que isso signifique violar um mandamento Divino. Levar seu amigo ao pronto socorro foi a coisa certa a fazer neste dia especial; e você pode ter certeza de que ajudar a salvar uma vida não está longe daquilo que você queria realizar neste dia. Pelo contrário, esta boa ação torna o seu Yom Kipur especialmente significativo. De fato, o Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, relatou que certa vez, Rabi Shneur Zalman de Liadi, o primeiro Rebe de Chabad, saiu da sinagoga durante os serviços de Yom Kipur para preparar comida para uma mulher que acabara de dar à luz e não tinha ninguém para ajudá-la. Quando indagado por que fez isso por si mesmo em vez de enviar um dos seus alunos (afinal, as preces do Rebe não eram as mais necessárias na congregação?). Rabi Shneur Zalman respondeu que a lei exige que os líderes da comunidade sejam aqueles que violam um mandamento quando isso vai salvar uma vida.1 Como declara Maimônides: “o salvamento da vida deve ser administrado pelos líderes de Israel e pelos sábios.”2 Você pode ter certeza de que ao salvar a vida de uma pessoa, não violou um mandamento nem quebrou sua conexão com D'us neste dia sagrado. Na verdade, você cumpriu um grande mandamento que tem precedência sobre o Shabat e Yom Kipur.3 PrintSend this page to a friendShare this CommentComment FOOTNOTES 1. Veja o Reshimat Hayuman do Rebe, pág. 361. Veja o Talmud, Yoma 84 b. 2. Em sua obra magna sobre Lei Judaica, a Mishneh Torá, as leis do Shabat 2:3. 3. Rabi Shneur Zalman, Código da Lei Judaica, Orach Chaim 328:13. Por Isroel Cotlar Rabino Isroel Cotlar é um rabino de Chabad em Cary, Carolina do Norte. Também faz parte da equipe de Chabad.org.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Shofar O que é?

Você já pensou alguma vez que o shofar é um dos instrumentos de sopro mais antigos usados pelo homem? Somente a flauta do pastor – chamada Ugav, na Bíblia – o iguala em idade (de acordo com algumas opiniões), mas não tem função no serviço Divino nos dias de hoje. O shofar, porém, é o mesmo que aquele usado há milhares de anos. Durante a história da humanidade foram inventados instrumentos novos, abandonados os velhos e somente nos museus poderemos encontrar uma flauta antiga. Não é digno de admiração que ainda nos apeguemos ao antigo shofar? Naturalmente, se você considerar o shofar como um "instrumento musical" não tem grande valor. O shofar não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outro instrumento de sopro. Mas, para nós, o shofar não é um instrumento "musical"; não é usado por prazer ou divertimento. Longe disto; tem um sentido muito mais profundo. É um chamado para o arrependimento, avisando a chegada dos Dez Dias de Arrependimento, que começam com Rosh Hashaná e culminam com Yom Kipur. Ele nos lembra o carneiro sacrificado por Avraham (Abrão) no lugar de Yitschac (Isaac) através da história da Akedá (amarração de Yitschac), li-da no segundo dia de Rosh Hashaná. Orgulhamo-nos de ser descendentes de Avraham e Yitschac e por ter herdado algo de sua lealdade e devoção completas a D'us. D'us não po-deria ter ficado irado com os filhos de Avraham, Yitschac e Yaacov (Jacó) que, à sua época, foram os primeiros e únicos a proclamar e santificar Seu nome no mundo. Concluímos que a verdadeira devoção à Torá e a D'us, inspirados em nossos patriarcas, significa estarmos preparados para fazer sacrifícios e ser completamente abnegados. Sabemos que milhares de nossos irmãos enfrentaram a morte com coragem para santificar o nome de D'us, como Avraham e Yitschac o fizeram. Ocasiões em que era tocado Nos tempos antigos, o shofar era usado em ocasiões solenes. A palavra shofar é mencionada pela primeira vez em conexão à Revelação Divina no Monte Sinai, quando "a voz do shofar era por demais forte e todo o povo do acampamento tremeu". Assim, o shofar em Rosh Hashaná deve nos lembrar a aceitação da Torá e nossas obrigações decorrentes de suas Leis. O shofar também era tocado quando guerreávamos contra inimigos perigosos. Portanto, o shofar de Rosh Hashaná deve servir como um grito de guerra contra o inimigo interior, impulsos maus e paixões. O shofar foi tocado no ano de Yovel (Jubileu), anunciando a libertação da escravidão e da penúria. O seu som, no dia de Rosh Hashaná, deve ser também sinal de quebra das correntes de pecados, de maneira que possamos começar uma nova vida com o coração puro, sintonizado em servir a D'us e aos semelhantes. O shofar no Midrash O shofar é feito de um chifre de animal casher. Qualquer chifre pode ser usado para o shofar, exceto vaca ou touro, pois estes chifres são chamados em hebraico de "keren" e não shofar, e também porque seu chifre poderia ser um lembrete do Bezerro de Ouro que os filhos de Israel fizeram no deserto, ao deixarem o Egito. Não seria apropriada esta lembrança no dia de Rosh Hashaná, quando nos voltamos para teshuvá. Geralmente, e de preferência, o shofar é feito de um chifre de carneiro, em memória do carneiro que foi oferecido em lugar de Yitschac (Isaac), que permitiu-se ser atado e colocado sobre o altar como um sacrifício a D'us. Rabi Abuhu disse: "Por que usamos um shofar feito de chifre de carneiro em Rosh Hashaná? (Em memória do carneiro de Yitschac), pois D'us disse: 'Toquem para Mim com um shofar feito de chifre de carneiro, e Eu me lembrarei do sacrifício de Yitschac e pensarei em vocês como se vocês, também, estivessem prontos a oferecer suas vidas a Mim.' " Na Porção da Torá sobre o sacrifício de Yitschac, que lemos no segundo dia de Rosh Hashaná, está escrito: "E Avraham ergueu os olhos, e olhou, contemplando um carneiro na moita cerrada ser apanhado pelos chifres." Avraham viu o carneiro apanhado em uma moita após a outra. Disse Rav Huna: "O carneiro apanhado de novo e de novo nas moitas cerradas mostrou a Avraham que seus filhos seriam apanhados em um exílio após o outro, mas ao final seriam redimidos pelo som do chifre do carneiro." Rabi Chanina ben Dossa disse: "Cada parte daquele chifre tem sua importância: as cinzas do carneiro eram as fundações do altar interior no Bet Hamicdash; os dez tendões do carneiro fizeram as cordas da harpa do Rei David; a pele do carneiro fez o cinto de couro do profeta Eliyáhu; e dos dois chifres – o esquerdo foi tocado no Monte Sinai, quando da Outorga da Torá, e o direito, o maior, será tocado quando os judeus exilados forem reunidos de todos os cantos da terra, como está escrito: "E acontecerá naquele dia que o grande Shofar será tocado…". O shofar deve ser curvo, para mostrar que devemos curvar nossos corações ao nosso Pai Celestial. Não deve ser decorado com ouro, ou mesmo com pinturas sobre ele. A única coisa permitida é alguns entalhes no próprio chifre, sem adicionar nada a isto. A pessoa deve escutar o próprio som do shofar, e não um eco do som. Se alguém ouve apenas o eco dos toques, não cumpriu a mitsvá do shofar. Esta lei foi importante para os judeus na época da Inquisição Espanhola, quando os marranos (judeus em segredo) costumavam sair para as florestas, colinas e cavernas para tocar o shofar, pois se fossem apanhados neste ato, seriam queimados vivos em estacas. Similarmente, em certos países árabes os judeus não podiam tocar o shofar, pois isso costumava assustar os árabes, que sabiam que Moshiach chegaria certo dia com o toque do shofar. O shofar é tocado em Rosh Hashaná após a leitura da Torá, antes e durante a prece de Mussaf. Embora uma mitsvá não deva ser adiada, havia uma boa razão para adiar o toque do shofar para depois da leitura da Torá. Isso aconteceu, numa certa comunidade judaica cercada por inimigos, em que o shofar foi tocado de manhã bem cedo. Os inimigos pensaram que os judeus estivessem convocando para uma rebelião contra eles, então os cercaram e os mataram. Ficou então decidido tocar o shofar após a leitura da Torá, pois, quando os inimigos viam que os judeus já haviam feito parte de suas preces pacificamente, percebiam que era uma reunião pacífica para a oração, e não uma rebelião contra eles. Rashi explica que houve um tempo quando os judeus foram proibidos de tocar o shofar. Guardas eram postados para vigiá-los até que o serviço da prece de Shacharit estivesse concluído. Os judeus por isso tocavam o shofar mais tarde, durante o serviço Mussaf, e assim permaneceu esta regra, de tocar o shofar após o serviço de Shacharit. Existe ainda outra razão: pois naquele época os judeus já eram coroados com mitsvot, os preceitos entre os quais tsitsit, Shemá, e a leitura da Torá: então vem o shofar e lhes traz o perdão. As bênçãos que antecedem o toque O toque do shofar em Rosh Hashaná é um mandamento da Torá. É um preceito como todos os outros de nossa fé e, portanto, deve ser feita uma bênção especial antes de cumpri-lo. O propósito da bênção é agradecer a D'us por nos ter santificado com Seus mandamentos e nos ter dado a oportunidade de cumprir a Sua vontade. Esta bênção, em geral, é um preparo para que nossos atos não sejam realizados apenas pela força do hábito e, sim, conscientemente, sabendo seu significado e perante Quem devemos agir. A bênção antes do toque do shofar tem a mesma finalidade. Esta é a bênção: "Bendito és Tu, ó Senhor, nosso D'us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou ouvir a voz do shofar." Começamos a bênção na segunda pessoa – como se estivéssemos diretamente perante D'us – mas a terminamos na terceira pessoa – pois D'us é Onipresente e Invisível, Santo e além da compreensão. Todas as bênçãos apresentam esta mesma estrutura. Em hebraico a palavra Lishmoa ("ouvir" ou "escutar") da mesma raiz de Shemá, possui vários significados, entre eles, escutar ou ouvir com os nossos próprios ouvidos; além de entender e obedecer. Deste modo, quando o Baal Tokêa (aquele que toca o shofar) faz a bênção por todos nós, espera-se que não só o som do shofar seja ouvido, como também compreendida e obedecida sua mensagem. Os toques O Shofar emite três sons característicos: Tekiá – um som contínuo, como um longo suspiro; Shevarim – três sons interrompidos, como soluços; Teruá – nove (ou mais) sons curtís-si-mos como suspiros entrecortados em prantos. Estes sons do shofar evocam e expressam sentimentos de profundo pesar pelas más ações que cometemos no passado. É também uma conclamação às armas, como um tambor de guerra. O shofar nos convoca a lutar contra tudo que impeça a pratica do judaísmo em sua plenitude: paixões, preguiça e negligência; contra a influência de maus amigos, etc., afirmando que todos os preceitos são dignos para que lutemos por eles. E mesmo se no passado não os tenhamos observado cuidadosamente, o shofar diz que nunca é demasiado tarde para começar. D'us sempre perdoa o passado ao tomarmos boas decisões para o futuro. Esta é a mensagem final do shofar, aquela do perdão Divino. Por isso, o último som do shofar é um toque longo, a Tekiá Guedolá (grande toque). Este som não representa soluço, nem suspiro ou lamento, mas um grito de triunfo e alegria; pois estamos confiantes de que D'us aceitou o nosso arrependimento. Podemos notar esta expressão de alegria na melodia dos versos recitados logo após os toques. Enquanto os versos recitados antes são solenes, os que os seguem falam da alegria, que brota após um arrependimento sincero. Este é o real significado de ouvir, compreender e obedecer a voz do shofar. Esta é a ordem dos toques do shofar: 1. Tekiá – Shevarim – Teruá – Tekiá 2. Tekiá – Shevarim – Tekiá 3. Tekiá – Teruá – Tekiá O som de cada grupo é repetido três vezes, totalizando trinta toques. No total, durante o serviço matinal de Rosh Hashaná, o Shofar é tocado cem vezes (cada um dos sons acima mencionados é tocado três vezes e isto é repetido três vezes durante o serviço, somando noventa toques; no final, toca-se mais uma vez o grupo de dez, perfazendo os cem toques). Os sons quebrados de Shevarim e Teruá lembram estes suspiros e gemidos abafados que penetram no co-ração, e servem para despertar a pessoa ao arrependimento e ao retorno. A Tekiá Guedolá – o último toque longo do shofar – soa como uma nota mais alegre e lembra o grande dia, quando o grande shofar será tocado para reunir do exílio todo o povo de Israel, com a chegada de Mashiach. Qual é o significado do toque do shofar? O shofar nos chama para acordarmos de nossa letargia mental pelas coisas terrenas e clama para que possamos despertar e nos envolver com as necessidades de nossa alma. É como um alerta: nos inspira temor lembrando que este é o Dia de nosso julgamento. A mensagem do shofar, segundo Maimônides, é: "Acordai de vosso sono e ponderai sobre os vossos feitos; lembrai-vos do Criador e voltai a Ele em penitência. Não sejais daqueles que per-dem a realidade de vista ao perseguirem sombras ou esbanjam anos buscando coisas vãs que não lhes trazem proveito. Olhai bem vossas almas e considerai vossos atos; abandonai os caminhos errados e os maus pensamentos e voltai a D'us, para que Ele tenha misericórdia para convosco!" Esta é a função mais importante dos sons do shofar: inspirar a alma e provocar vibrações extraordinárias no coração, ativando o sentimento do arrependimento e humildade. O despertar de nosso sono O som do shofar é como o chamado de uma trombeta, despertando-nos de nosso sono. Estamos tão atarefados com os interesses do dia a dia – escola, trabalho, diversão – que tendemos a ficar indiferentes ao nosso verdadeiro objetivo na vida, como se estivéssemos imersos em sono profundo. Rosh Hashaná, o ano novo ano judaico, nos desperta para planejarmos o cumprimento de mitsvot e o estudo de Torá para o ano que se inicia. Rabi Saadyá Gaon nos ensina aqui dez diferentes maneiras do shofar nos inspirar a viver uma vida melhor o ano inteiro: Um Quando um novo rei começa a governar, é expedida uma proclamação, acompanhada por toques de trombeta. A cada ano naquele dia, seu governo é novamente proclamado, também com o som da trombeta. A Criação do Mundo foi completada em Rosh Hashaná, e o reinado de D'us começou no mundo. A cada ano neste dia, proclamamos novamente Seu governo com o toque do shofar. Dois Quando um rei emite um decreto, o chifre soa e um sinal de aviso é anunciado. Os Dez Dias de Teshuvá (Penitência) começam com Rosh Hashaná. "Aperfeiçoe-se!" – somos advertidos, e quando este decreto é emitido, o shofar ecoa. Três Quando recebemos a Torá nas encostas do Monte Sinai, o som do shofar enchia os ares. Neste dia de Rosh Hashaná nós nos dedicamos à vida de Torá novamente, e o som do shofar enche o ar. Quatro As palavras de nossos profetas de antigamente soam como um toque do shofar. Lembramo-nos de suas palavras corretivas, quando ouvimos o toque do shofar. Cinco Nossos inimigos tocaram suas trombetas quando destruíram nosso Sagrado Templo – o Bet Hamicdash. Quando tocamos o shofar em Rosh Hashaná, rezamos para que o novo ano traga a reconstrução do Bet Hamicdash, para que nossos pecados sejam perdoados. Seis Yitschac (Isaac) de boa vontade se ofereceu em sacrifício, como D'us ordenou, mas no último instante foi substituído por um carneiro. Em Rosh Hashaná tocamos um chifre de carneiro para lembrar-nos – e a D'us – da devoção de nossos antepassados. Sete "Poderá o shofar soar na cidade e o povo não tremer de medo?" O shofar nos faz estremecer no temor do julgamento de D'us. Oito "Próximo está o dia do (julgamento) de D'us: perto, muito rápido, o dia do shofar." O shofar de Rosh Hashaná nos recorda do dia do Julgamento Final. Nove "E será naquele dia, soará o Grande Shofar, e os desgarrados virão da Terra de Ashur, e os rejeitados da terra do Egito." O toque do shofar nos lembra do grande chifre de Mashiach – esperamos e rezamos para que soe este ano, para reunir todos os judeus dispersos pelo mundo afora. Dez "Os habitantes do pó… quando o shofar será ouvido." O shofar nos lembra do dia da Ressurreição dos Mortos, quando estes se levantarão de seu sono. Uma lição de humildade Rosh Hashaná chama-se também Yom Teruá (Dia do Toque). Neste dia, é obrigação de cada judeu ouvir o shofar. Por ser finalidade do shofar inspirar-nos humildade e sentimentos de arrependimento, podemos compreender o porquê do shofar não ser ricamente decorado. Os ornamentos não o tornam inadequado, desde que fiquem apenas do lado externo sem que suas paredes sejam perfuradas. Isto nos serve como lição da importância da simplicidade e humildade. Como o shofar que se torna inadequado se qualquer ornamento de ouro ou prata atravessar o osso do qual é feito, assim também nos tornamos seres humanos insignificantes se permitirmos que o ouro e prata sejam tão importantes na vida a ponto de "perfurar o osso" e se apossar da mente e da alma. ImprimirEnvie esta página a um amigoCompartilhe isto ComentárioComentário O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

Vários alimentos simbólicos são ingeridos na refeição da primeira noite de Rosh Hashaná, e um pedido é recitado para cada alimento.

Alimentos Simbólicos Este costume é baseado em um ensinamento talmúdico: "Presságios são significativos; por isso cada pessoa deveria comer no início do ano abóboras, beterrabas, tâmaras e alhos-poró." Maçã Mergulhamos uma fatia de maçã doce no mel, recitamos a bênção da fruta (Borê Peri Haêts) e falamos: "Yehi ratson milefanêcha shetechedêsh alênu shaná tová umetucá". "Possa ser Tua vontade renovar para nós um ano bom e doce ". Chalot As chalot servidas em Rosh Hashaná são redondas, símbolo de continuidade e eternidade, como o círculo que não tem começo nem fim; sem ângulos, nem arestas, um pedido para um ano sem conflitos. Costuma-se mergulhar o pão no mel em vez do sal habitual, em todas as refeições desde Rosh Hashaná até o sétimo dia de Sucot. Mel O valor numérico da palavra "dvash" (mel) equivale ao valor de "Av Ha'Rachamim" (Pai Misericordioso): assim o mel representa a esperança de que a sentença decretada pelo Supremo Juiz seja amenizada pela Sua compaixão. Frutas e alimentos especiais É costume comer carne e vinho doce ou qualquer bebida doce nesta refeição, para ter um ano farto e doce. Na segunda noite de Rosh Hashaná, imediatamente após o kidush, costuma-se ingerir uma fruta nova, a primeira vez que comeríamos nesta estação, a fim de pronunciarmos a bênção de Shehecheyánu. Há quem costume recitar uma prece especial (Yehi ratson) antes de ingerir qualquer um dos seguintes alimentos. Conforme o costume Chabad, Yehi ratson só é recitado ao ingerir a maçã com mel. Os sefaradim colocam no centro da mesa uma cesta (Traskal) contendo diferentes espécies de frutas que contém muitas sementes, para que as boas ações sejam numerosas no ano vindouro além de alimentos especiais entre os quais maçã, alho poró, acelga, tâmara, abóbora ou moranga, feijão roxinho, romã, peixe e cabeça de carneiro (que pode ser substituída por língua de boi ou cabeça de peixe). Antes de ingerir cada um dos nove alimentos recita-se um "Yehi Ratson" especial: Alho-Poró "Yehi Ratson milefanêcha sheyicaretu oyvêcha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam exterminados Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". Acelga "Yehi Ratson milefanêcha sheyistalecu oyvecha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam removidos Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". Tâmara Costuma-se ingeri-la para que acabem nossos inimigos (em hebraico, yitámu, parecido com tamar). "Yehi Ratson milefanêcha sheyitámu oyvecha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam consumidos Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". Abóbora, moranga ou cenoura A palavra "mern", em yidish, pode ser traduzida como "cenoura" e também como "se multipliquem". Por isto comemos cenoura - para que os méritos se multipliquem. "Yehi Ratson milefanêcha sheticrá rôa guezar dinênu, veyicareú lefanecha zechuyotênu". "Possa ser Tua vontade que o decreto ruim de nossa sentença seja rasgado em pedaços, e que nossos méritos sejam proclamados perante Ti". Feijão roxinho "Yehi Ratson milefanêcha sheyirbu zechuyotênu". "Possa ser Tua vontade que nossos méritos se multipliquem". Romã Costuma-se ingerir em sinal para que aumentem nossos méritos como os caroços da romã. Há uma explicação que a romã possui 613 caroços - o número das mitsvot da Torá. "Yehi Ratson milefanêcha sheyirbu zechuyotênu carimon". "Possa ser Tua vontade que nossos méritos cresçam em número como [as sementes] da romã". Peixe "Yehi Ratson milefanêcha shenifrê venirbê cadaguim; vetishgach alan beená pekichá". "Possa ser Tua vontade que nós nos frutifiquemos e nos multipliquemos como peixes; e cuida de nós com olho aberto [atentamente]". Cabeça de carneiro, língua ou peixe com cabeça Costuma-se ingerir um destes alimentos para que sejamos cabeça e não cauda: - de carneiro, para lembrar o mérito do sacrifício de Yitschac que foi substituído por um carneiro. - de peixe, para que o ser humano se multiplique como os peixes. "Yehi Ratson milefanêcha shenihyê lerosh velô lezanav". "Possa ser Tua vontade que sejamos como a cabeça e não como a cauda". Ingredientes que devem ser evitados Não se come nada temperado com vinagre em Rosh Hashaná ou raiz forte para não ter um ano amargo. Nozes também não devem ser ingeridas nestes dias. Um dos motivos é porque as nozes provocam pigarro que pode atrapalhar as orações do dia; outro motivo é que o valor numérico da palavra egoz (noz) corresponde ao da palavra chet (pecado) sem o alef. O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Homem Perfeito Por Sara Esther Crispe

Pergunta: Sei que essa pergunta soa um tanto ridícula, mas como posso saber que encontrei o “homem certo”? Sempre tive esse sonho, de que um dia encontrarei o homem perfeito, que olharemos um para o outro e saberemos que somos almas gêmeas. E estou com medo que, enquanto espero pelo Sr. perfeito, posso estar perdendo o Sr. Quase Perfeito. Como saberei quando realmente tiver encontrado a pessoa certa para mim? Resposta: A vida seria tão fácil se quando encontrássemos a pessoa certa, uma luz de neon começasse a piscar “Sua Alma Gêmea!” Se pelo menos pudéssemos saber instantaneamente. Para algumas pessoas, isso realmente acontece dessa maneira, o que torna ainda mais difícil para aquelas que não passam por isso. Pegue algumas daquelas noções românticas como amor à primeira vista, e você encontrará na vida real exemplos de pessoas que se conheceram e simplesmente souberam. Quero dizer, consulte na Torá, em Parashá Bereshit e perceberá que quando Rivca viu Yitschac pela primeira vez , ficou tão abalada que “caiu do camelo”! E mesmo assim, você pode encontrar o verdadeiro amor, mesmo que não esteja ali à primeira vista (ou segunda, terceira ou quarta vista, na verdade.) Somos seres complexos. Tentar entender a nós mesmos e como funcionamos pode levar uma vida inteira. Tente então entender outra pessoa e como vocês dois se conectam, e obviamente há muita coisa para resolver. O Talmud declara que é tão difícil para D’us formar um casal como foi difícil para Ele dividir o mar (kashen le’zulatan k’kriat yam suf). Portanto você pode se sentir um pouco melhor sobre o fato de ter dificuldades para saber quem é a sua alma gêmea. Você menciona porém que está esperando pelo Homem Perfeito. No caso de você ainda não ter percebido, ele não existe. Não existe isso de Homem Perfeito, Ninguém é perfeito, incluindo você. No entanto, embora ele não exista, existe o Homem Perfeito Para Você. E isso é o que você precisa procurar. Primeiro abandone seu desejo de perfeição, e deixe de lado suas noções românticas idealizadas de que se ele é perfeito para você, na mesma hora você saberá. Sem essas pressões sobre a sua cabeça, você pode começar a pensar sobre o ser humano de verdade que você quer encontrar. Porém há algo mais que você precisa saber. É que embora exista um Homem Perfeito Para Você, isso não significa que ele é tudo aquilo que você sempre desejou. Isso faria dele novamente o Homem Perfeito, que acabei de dizer que não existe. Ser “perfeito para você” significa que ele é aquele que ajudará você a se tornar uma pessoa melhor, é aquele que trabalhando juntos, os dois conseguirão realizar algo de bom neste mundo. Isso não significa que será fácil. Às vezes são justamente os relacionamentos com maiores desafios que são os mais fortes. Então, como você saberá quando o conhecer? Embora eu saiba que você deseja uma equação realmente simples, não é bem assim. Porém algo que realmente poderá ajudá-la antes de encontrá-lo, é saber o que você está procurando. Quanto melhor você se conhecer – o que é importante para você e aquilo que você precisa – mais você saberá quando encontrar a pessoa certa. E você precisará também saber distinguir entre aquilo que precisa e aquilo que deseja. Não há nada de errado em desejar, mas assegure-se de que seus desejos sejam menores que as necessidades em sua lista. E quando você pensar sobre aquilo que é mais importante, deve priorizar e saber quais qualidades e atributos você não abre mão, e quais são aqueles abertos à discussão. Você é a única que sabe o que é mais importante para você e as qualidades que considera essenciais num marido. E quando você pensar sobre essas qualidades, pense nas qualidades que não desaparecem com o tempo e naquelas que serão necessárias quando as coisas na vida não estiverem muito fáceis. Talvez você deseje alguém forte e com boa aparência, com um emprego estável, mas essas são coisas que podem mudar instantaneamente. Perdemos nossa aparência com o passar do tempo, e podemos perder o emprego sem aviso prévio. Porém uma pessoa que é compassiva, responsável, carinhosa, dedicada, etc., é a pessoa que conseguirá se adaptar a tudo aquilo que ocorrer na vida. Se você deseja realmente casar e encontrar alguém com quem possa passar a vida, precisa gastar algum tempo entendendo que tipo de vida deseja levar e o tipo de pessoa que pode ajudá-la a conseguir isto. Reconhecer as próprias falhas também deixará você mais compreensiva e aberta para poder aceitar as falhas de outrem. Por Sara Esther Crispe Sara Esther Crispe, escritora, palestrante inspirada e mãe de quatro filhos, é editora de TheJewishWoman.org. É também editora da seção Vida e Sociedade de Chabad.org. Para contratar Sara Esther para uma palestra, clique aqui. O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

Justiça e Moralidade Pela Graça de D’us 15 de Cheshvan, 5733 Brooklyn, NY

Saudações e Bênção: Esta é para confirmar o recebimento de sua correspondência. Você escreve que gostaria de saber o que significa caminhar na presença de D’us. Estou certo de que você conhece os assim chamados Sete Mandamentos dados por D’us a Nôach e seus filhos. Estes são: (1) O estabelecimento de cortes de justiça; (2) a proibição de blasfêmia; (3) de idolatria; (4) de incesto; (5) de derramamento de sangue; (6) de roubo; (7) de comer carne de um animal vivo. Estes Sete Mandamentos, que D’us deu aos filhos de Nôach, i.e., a toda a humanidade, são as leis básicas, com ramificações de longo alcance que abrangem toda a vida da sociedade e do indivíduo, para assegurar que a raça humana será regida por estas leis Divinas de moralidade e ética, e que a sociedade humana será de fato humana, e não uma selva. Certamente os judeus, filhos de Avraham, Yitschac e Yaacov, mais tarde receberam muitos mais mandamentos com obrigações para eles, mas não para o restante da humanidade. No entanto, isso de maneira alguma diminui o fato de que os não-judeus podem e devem buscar realização completa através da observância dos mencionados Sete Mandamentos do Homem, com todas as suas ramificações, pois, como são outorgados por D’us, proporcionam o veículo pelo qual se atinge a comunhão com D’us, e assim “caminhar sempre na presença de D’us”, como você escreve em sua carta. Eu gostaria de fazer uma observação adicional. Houve uma época em que alguns pensadores acharam que não havia necessidade de conectar as leis da ética e moralidade com a autoridade Divina, visto que estes são princípios racionais. O equívoco deste raciocínio agora é bastante claro. Vimos, em nosso próprio tempo, uma nação inteira que se gabava de grande progresso filosófico e sistemas éticos descer às maiores profundezas da depravação humana e barbarismo sem precedentes. E o motivo para isso foi que eles acreditavam poder estabelecer moralidade e ética baseadas na razão humana, sem se sujeitar à autoridade de um Ser Supremo, tendo eles próprios se tornado uma super-raça, como pensavam. Certamente não há necessidade de elaborar sobre o óbvio. A partir das declarações acima, fica claro que nenhum indivíduo pode se contentar com a própria observância dos Mandamentos Divinos, mas é sua responsabilidade com seus amigos, vizinhos e sociedade em geral, envolvê-los na observância dos Mandamentos Divinos na vida e na conduta diárias. Desejando a você sucesso em seus esforços para atingir a verdadeira realização, Com bênção, (Assinatura do Rebe) O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

A Reputação de D’us Por Dov Greenberg Aaron Feuerstein

Em dezembro de 1995, o empresário americano Aaron Feuerstein tinha acabado de chegar em casa, vindo da sua festa de 70º aniversário, quando um telefonema o informou de que sua tecelagem Malden Mills em Lawrence, Massachussets tinha se incendiado. Vinte e seis empregados ficaram feridos, alguns gravemente. Três mil pessoas trabalhavam na Malden Mills. Quando os empregados viram a devastação causada pelo incêndio, presumiram que, como disse um trabalhador: “O fogo está fora de controle. Nossos empregos se foram.” O incêndio estava de fato fora de controle, mas Feuerstein não estava. Judeu observante que estuda o Talmud diariamente, Feuerstein lembrou-se como seu pai citava o aforismo talmúdico: “Num local onde não há um homem, seja homem” (Ética dos Pais 2:5). Logo após o incêndio, ele encontrou-se com mil empregados e disse a eles; “Quando todas as tecelagens em Lawrence correrem para conseguir mão-de-obra mais barata, nós faremos pé firme. Vamos ficar e reconstruir.” Dois dias depois, vencia o pagamento dos salários. “Pague a todos o salário completo,” ordenou Feuerstein. “E em dia.” Juntamente com os cheques de pagamento, Feuerstein incluiu um bônus de $ 275 para a época de festas do Ano Novo, e uma mensagem: “Não se desesperem. D’us abençoe cada um de vocês.” No dia seguinte, Feuerstein convocou um reunião com os empregados e anunciou: “Pelos próximos 30 dias, talvez um pouco mais, todos os funcionários receberão o salário completo.” Trinta dias se transformaram em 90, enquanto ele arranjava instalações temporárias. O custo total do apoio aos empregados depois do incêndio chegou a 25 milhões. Mais tarde naquele dia, Feuerstein, um líder em filantropia que sempre ajudava causas de Torá e diversos projetos humanitários, prosseguiu em sua rota anual ao redor da cidade, desembolsando $80.000 em prol de organizações como o Exército da Salvação, Vizinhos em Necessidades e a Cozinha de Sopas Pão e Rosas. A lei americana ou judaica exigiam que Feuerstein agisse como ele fez? Não. É por isso que suas ações generosas receberam reconhecimento nacional, e foram o tema de numerosos artigos em revistas e jornais. (Veja a história detalhada em “Um Chefe em Um Milhão,” na Seleções de Readers Digest de outubro de 1996.) Definindo a fé para outros Além de sentir compaixão por seus empregados e desejar reconstruir sua empresa, Feuerstein exemplificou o valor judaico mais exaltado – santificar o Nome de D’us, ou em hebraico, Kidush Hashem. O Talmud narra uma história que ilustra o significado deste termo. O Sábio Rabi Shimon ben Shatach encontrou uma pedra preciosa de grande valor pendurada no pescoço de um jumento que ele tinha comprado de um não-judeu. Recusando-se a ceder aos pedidos de seus discípulos que insistiam com ele para ficar com o tesouro que a Providência tinha lhe enviado, ele devolveu a pedra, dizendo: “Eu comprei um burro, não uma pedra preciosa.” O árabe que testemunhou a integridade do Sábio exclamou: “Bendito seja o D’us de Simeon ben Shatach.” O Nome de D’us é santificado quando aqueles que alegam ter um relacionamento com Ele agem de maneira a tornar evidente como a fé transforma uma vida. Simeon ben Shatach não teria colocado sua reputação em risco nem violado a lei nacional se tivesse decidido ficar com a pedra. Ao devolvê-la, fez um homem dizer: “Se este comportamento é filho da fé, então vale a pena ter fé.” Enfatizando a que grau as atitudes das pessoas para com D’us são afetadas pelas ações de pessoas religiosas, o Talmud comenta: “E amarás ao Eterno teu D’us" (Devarim 6:5); isso significa que você deverá fazer com que D’us seja amado por meio de suas ações. Assim, se uma pessoa estuda Torá e Mishná e é honesta em seus assuntos comerciais, fala gentilmente com os outros, o que as pessoas dizem sobre ela? Infeliz de quem não estudou Torá. Este homem estudou Torá; veja como suas maneiras são nobres, como são boas as suas ações”… Mas quando alguém estuda Torá e Mishná… mas é desonesto nos negócios, não fala gentilmente com as pessoas, o que dizem dele? “Infeliz aquele que estuda Torá… Este homem estudou Torá; olhe como seus atos são corruptos, como seus modos seus feios.’” (Talmud Babilônia, Yoma 86 a) Quando não-judeus com quem você interage sabem que você é judeu, você não é mais meramente um indivíduo. Para o melhor e para o pior, você se torna um embaixador do povo judeu para o mundo não-judeu. Quando você age com nobreza e ética, traz honra a si mesmo, ao povo judeu e ao próprio D’us. Nossa nova oportunidade Jamais nos últimos dois mil anos as oportunidades foram maiores ou os riscos tão altos. Pela primeira vez vivemos em sociedades plurais nas quais os judeus têm a oportunidade de participar em todos os processos políticos, éticos e culturais em igualdade de condições. Jamais houve uma época em que as virtudes judaicas têm sido mais admiradas pelos não-judeus. Somos admirados por nossa forte vida em comunidade, o calor da família judaica, nossa paixão pela educação, nosso compromisso com a filantropia. Isso significa a chance de termos voz de destaque nas conversações morais da humanidade. Um bom exemplo disso pode ser a comovente carta que Ronald Reagan escreveu ao Rebe em 1982: “Você tem muito do que se orgulhar. Desde os seus primeiros momentos nos Estados Unidos em 1941, partilhou seu dom pessoal de compreensão universal em benefício de todos. Repetidas vezes, seu amor e orientação espiritual levaram esperança e inspiração àqueles que enfrentavam o desespero. Ao trazer consolo e conforto ao espírito humano, você ajudou a fortalecer o alicerce da fé que é o bem mais vital da humanidade. A obra de sua vida tem sido uma resposta àquele chamado especial que poucos têm o privilégio de ouvir.” Na verdade todos temos um chamado especial; no âmago do pacto no Monte Sinai os judeus foram convocados por D’us para se tornarem um reino de sacerdotes e uma nação sagrada. Como judeus somos conclamados a nos engajar em Ticun Olam, “aperfeiçoar o mundo” sob a soberania de D’us. Somos ordenados a nos tornar “parceiros do Eterno, bendito seja, na obra das criações.” Por isto possuímos a capacidade de influenciar positivamente todas as pessoas, elementos e eventos do nosso mundo; podemos nos tornar “uma luz entre as nações” ao preenchermos nossa vida com santidade e nobreza. Através da integridade com que conduzimos nossa vida comercial ou profissional, pela graça que trazemos aos nossos relacionamentos, pela beleza que irradia dos nossos lares, pela maneira de usarmos palavras que curam e não que ferem, cada um de nós pode santificar o Nome de D’us no mundo. Matthew Arnold, o grande historiador e filósofo não-judeu, escreveu certa vez: “Enquanto existir o mundo, todos que quisrem fazer progresso em justiça irão a Israel em busca de inspiração, ao povo que teve o senso de justiça mais brilhante e mais forte.” 150 dólares que mudaram uma vida Em 1978, Shlomo Carlebach, popular compositor e cantor judeu, deu um concerto em Dubrovnik, Iugoslávia. Quando o concerto terminou, Reb Shlomo viu um jovem chorando. “Sagrado irmão,” perguntou ele, “por que está chorando tanto assim?” O homem, um não-judeu, disse que tinha acabado de ganhar uma bolsa de estudos para uma faculdade de Medicina em Paris, mas não tinha o dinheiro para a passagem de avião. Naquele mesmo dia, lhe tinha sido negado um empréstimo. “Quanto é o valor da passagem?” perguntou Reb Shlomo. “Cento e cinquenta dólares.” Reb Shlomo pesquisou nos bolsos e tirou todo o dinheiro que tinha, Contou o valor e entregou-o ao jovem, que ficou perplexo. “Você nem sequer me conhece. Como sabe que pagarei de volta?” “Não é um empréstimo,” respondeu Reb Shlomo. “É um presente.” O homem foi categórico em dizer que não queria caridade, e pretendia pagar de volta o dinheiro. Reb Shlomo anotou seu nome e endereço, então acrescentou: “Pague-me apenas quando realmente puder.” Dez anos depois chegou um envelope vindo de Dubrovnick à Sinagoga Carlebach em Manhattan, juntamente com um cheque de $ 150 e uma nota: “Devido à sua grande bondade, agora sou um médico bem-sucedido em Dubrovnick, com um consultório que progride. Devo tudo a você, e jamais o esquecerei, pelo resto da minha vida.” (Mandelbaum, Holy Brother, 75-76) Há um antigo ditado judeu: Quando está muito frio, há duas maneiras de se aquecer. Uma é vestir um casaco de pele. A outra é acender um fogo. Vista um casaco de pele e mantenha-se aquecido. Acenda um fogo e partilhará seu calor com os outros.” Nós judeus fomos encarregados de partilhar nosso calor com os outros e acender o fogo e a compaixão de D’us pelo mundo. Este é nosso chamado. Este é nosso destino. Por Dov Greenberg Rabi Dov Greenberg é diretor executivo do Beit Chabad na Stanford University e faz palestras em todos os Estados Unidos. O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.