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Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Circuncisão

A circuncisão é uma operação cirúrgica que consiste na remoção do prepúcio, prega cutânea que recobre a glande do pênis. Essa remoção, chamada também exérese do prepúcio, peritomia ou postectomia, é praticada há mais de 5 mil anos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados (algo em torno de 665 milhões de homens),[1][2] a maioria deles por motivos religiosos, uma vez que 68% deles são muçulmanos.
O Programa de Combate a AIDS da Organização das Nações Unidas (ONU) defende, de forma controversa, que a circuncisão reduz o risco de contágio do HIV, no caso de cópula vaginal, mas também afirma que o uso do preservativo é indispensável.[3][4]
Depois do corte do cordão umbilical – a onfalotomia – a circuncisão talvez seja o mais antigo tipo de cirurgia.O termo circuncisão deriva da junção de 2 palavras latinas, circum e cisióne, e significa literalmente "cortar ao redor". Atualmente, a circuncisão masculina ainda é praticada em muitos lugares da Terra como ritual religioso e também social por vários povos, tais como judeus e muçulmanos. No século XIX e princípio do século XX, no mundo ocidental, em muitos casos a circuncisão médica tinha como motivação principal a prevenção da masturbação, pois o prepúcio é um tecido erógeno. A partir de meados do século XX, a circuncisão tornou-se uma prática médica vulgar, especialmente nos Estados Unidos da América, onde se estima que entre 0,1 e 0,2% dos homens sejam circuncidados. No entanto, a sua frequência reduziu-se progressivamente, pois hoje a prática regular de hábitos de higiene genital, que têm o mesmo efeito da circuncisão, se tornou cada vez mais comum.

Relevo da VI dinastia ilustrando a circuncisão no Antigo Egipto
Um motivo possível para o início da circuncisão masculina era para distinção entre povos. Em muitas culturas, a circuncisão no início da puberdade é encarada como um ritual de passagem - que marca o início da adolescência e a entrada do rapaz na vida adulta. Serve ainda como um sinal permanente de identificação como prova de iniciação num grupo social ou religioso.

Circuncisão na cultura judaica

Embora alguns acreditem que os hebreus tenham assimilado a prática da circuncisão dos egípcios, não há evidencias consistentes que apoiem essa teoria, o mais provável é que os próprios hebreus tenham, em suas raízes mais remotas da época patriarcal,inserido tal prática em seus costumes de maneira independente a quaisquer outros povos, sendo mantenedores dessa tradição em suas práticas religiosas até a presente época. No Antigo Israel, a circuncisão tinha-se de ser realizada no 8.º dia do nascimento. Tem o sentido de um sinal da aliança entre Deus e Abraão e seus descendentes e um rito de inserção no povo eleito. Deus terá tornado obrigatória a prática da circuncisão masculina para Abraão, um ano antes de nascer Isaque. Todos homens na casa de Abraão, tanto dos seus descendentes como dos dependentes, estavam incluídos, e todos os seus escravos receberam em si este "sinal do pacto" onde entregavam a Deus a sua aliança de carne (anel prepucial) mostrando a reciprocidade deste ato de fé em seu corpo (levítico). A desconsideração deste requisito era punível com a morte. A circuncisão torna-se um requisito obrigatório na Lei dada a Moisés. (Levítico 12:2, 3) Isto era tão importante que, se o 8º dia caísse no dia de Sábado, teria-se de realizar a circuncisão. No 1º Século da EC, entre os judeus, era costume social dar nome ao recém-nascido do sexo masculino quando era circuncidado. Mas os profetas do Antigo Testamento mostravam ser mais importante do que a circuncisão literal, é a circuncisão figurativa ou no "circuncisão do coração". (Deuteronômio 10:16; 30:6; Jeremias 4:4; 9:25) Os judeus que não eram sensíveis às palavras dos profetas, são chamados figurativamente de "incircuncisos". (Jeremias 6:10; Atos 7:10)
Influência da cultura grega
A influência da cultura grega começou a predominar no Médio Oriente, e muitos povos abandonaram a circuncisão. Mas, quando o rei sírio Antíoco IV (Epifânio) proscreveu a circuncisão, ele encontrou mães judias dispostas antes a morrer do que a negar aos seus filhos o "sinal do pacto". Anos mais tarde, o imperador romano Adriano (117-138) obteve a mesma atitude quando proibiu aos judeus circuncidar seus recém-nascidos. Alguns atletas judeus, que desejavam participar dos jogos helenísticos, esforçavam-se a se tornar "incircuncisos" por meio de uma operação destinada a restabelecer certa semelhança de prepúcio, no empenho de evitar zombaria e ridículo.

Sempre no oitavo dia

"Com base na consideração das determinações de vitamina K e de protrombina, o dia perfeito para se realizar uma circuncisão é o oitavo dia". (citação de "Nenhuma Dessas Doenças", Dr. S. I. McMillen, 1986, pág. 21, em inglês) Seguir esta regra ajudava a evitar o perigo de uma grande hemorragia A circuncisão era usualmente feita pelo chefe de família. Em tempos posteriores, usava-se uma pessoa treinada para esta operação. Deus colocou esse ato para distinguir o seu povo de outros povos,sendo que o homem deveria obedecer ao mandado Dele. Também como higiene para poupar seu povo de indesejáveis doenças e tornou isso como prática de fé.

A circuncisão de Jesus

De acordo com a Bíblia, completados os oito dias que determina a tradição judaica, Jesus Cristo foi apresentado ao templo de Jerusalém por sua família para ser circuncidado, quando então foi abençoado por Simeão e Ana. O prepúcio retirado de Jesus é conhecido como prepúcio sagrado, considerada uma relíquia ao longo da história, tendo sua posse sendo clamada ou contestada por diversas igrejas e catedrais. Há vários milagres e poderes atribuídos a esta relíquia sendo muito cobiçada no período medieval.

A circuncisão e o cristianismo

Com a fundação do Cristianismo, a circuncisão deixou de ser um requisito religioso obrigatório para os cristãos judeus, embora não fosse expressamente proibida. (Atos 15:6-29) A perspectiva da Igreja Católica é contrária à circuncisão (rito judaico) desde seus primeiros dias. Conforme o Papa Eugênio IV oficializou na Bula de União com os Coptos, de 1442, a Igreja manda a todos os seus fiéis que "… não pratiquem a circuncisão, seja antes ou depois do baptismo, pois ponham ou não sua esperança nela, ela não pode ser observada sem a perda da salvação eterna".ej nois

Circuncisão como medida profilática


Os defensores da circuncisão afirmam que existe um valor prático na circuncisão masculina, como um ato médico. Como uma medida de higiene, há quem defenda que seja útil para impedir a acumulação de uma secreção genital chamada esmegma, no espaço entre a glande e o prepúcio que a recobre.Se o esmegma não for removido, torna-se um mal cheiroso campo de cultivo de bactérias que causam grande irritação e é foco de infecções.É realizada em certos casos de fimose, parafimose ou quando a glande masculina não pode ser libertada. Para estes últimos casos, existe como alternativa à circuncisão, uma terapia local de creme esteroide que parece ser eficaz; e mesmo quando esta falha, há ainda a prepucioplastia, uma cirurgia que corrige o prepúcio sem removê-lo.
No entanto, recentes estudos mostram que a circuncisão pode ajudar a prevenir infecções nos rins e nas vias urinárias. Outros estudos[6] mostram que os homens incircuncisos têm mais probabilidade de contrair infecções por via sexual do que os homens circuncidados, inclusive de contrair o vírus do HIV. Sugere-se como um possível motivo que o prepúcio proporciona um ambiente tépido, úmido, que dá ao agente infeccioso mais tempo de sobrevivência e oportunidade para infiltração no organismo. De acordo com notícia publicada no site do jornal brasileiro Folha de São Paulo , casos de infecção caíram 50% em teste na África e estudos foram interrompidos após benefício se mostrar tão evidente. Por se tratar de uma proteção parcial, não se dispensa o uso do preservativo.

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