SHEMA ISRAEL

Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O teshuva ( O Retorno as Raizes ).

A Polônia do final do século 18 e inicio dos 19 era pontilhada de pequenas aldeias onde viviam famílias judaicas perdidas em meio á população em geral. Numa delas, a paisagem era dominada pela silueta majestosa do castelo do puritz, uma espécie de senhor feudal, a quem todas deviam obediência e reverência.
Nesta aldeia vivia uma família de judeus, casal e um filho pequeno, cujo comportamento ético e dedicação ao trabalho despertavam e justificavam o respeito que o restante da população tinha por ela. O próprio Puritz dizia que esta família era um exemplo no quais todos deveriam se mirar.
Pouco depois de completar dois anos, o menino ficou órfão: um acidente matou seus pais. Cheio de compaixão e convencido de que o menino teria as mesmas virtudes dos pais, o Puritz, que não tinha filhos, adotou-o, criando-o como se fosse verdadeiramente seu.
Dez anos depois irritou tanto os colegas da escola ao vencer um jogo que eles não conseguiram se conter e gritaram com todas as letras:
_ Não importa que você ganhe, pois continua a ser apenas um judeu. E nós não gostamos de judeus.
De volta ao castelo, o menino procurou o pai adotivo a quem contou o que havia acontecido, e sem consegui disfarçar a indignação perguntou por que o haviam chamado de judeu.
_ De fato, já há algum tempo tenho algo para te contar. Antes de qualquer coisa, é precioso ficar claro que te amo tanto quanto se pode amar um filho natural, mas eu te adotei quando você tinha apenas dois anos, porque teus pais morreram num acidente. Eles eram judeus. Não gosto muito deste povo. No entanto, eles eram honrados, trabalhadores, dignos e eu os respeitava.
Curioso, surpreso e de olhos arregalados, o garoto ouvia a história sendo contada com muitos detalhes na biblioteca do castelo.
_Você não tem do que se envergonhar, e continuará sendo meu filho amado e herdeiro, independentemente do que os outros digam ou pensem. Quando te adotei, recolhi na casa onde você morou uma pequena caixa que não ousei abrir, mas suponho conter coisas de seus pais.


O pai levantou -se, e foi até o grande armário de onde retirou a caixa e removeu o pó que a cobria. Ambos estavam curiosos em conhecer seu conteúdo: um livro em caracteres que não conhecia e, portanto, incompreensíveis, e um manto branco com listas azuis e franjas nas extremidades.


Nos dias seguintes, o garoto abriu a caixa várias vezes tentando compreender o mistério das mensagens que aqueles objetos poderiam conter e transmitir. Até que convencido de que havia uma ligação entre aqueles objetos e os tais judeus, se tomou de coragem e decisão para descobrir quem eram afinal os judeus de quem ninguém gostava. Procurou o Puritz para informá-lo, mas o pai foi caçar. Quando retornou, dias depois, um dos criados entregou-lhe a seguinte mensagem:
“Meu pai, sai em busca dos judeus para saber quem são eles.”
Enfiou num saco algumas roupas e a pequena caixa, única lembrança dos verdadeiros pais. Desceu a colina, chegou ao centro da aldeia e perguntou “onde estão os judeus?”
_ Os judeus deixaram temporariamente nossa aldeia e foram para outra, maior, a dois dias de caminhada
Daqui, onde tem sua igreja para comemorar um feriado religioso. O caminho é por aqui. Vá perguntando que você chega lá. “A pé, ou aproveitando a boa vontade e o espaço nas carroças, o menino chegou á aldeia ao anoitecer e logo quis saber ‘onde estão os judeus? “
_ Estão ali, na igreja deles que chamam de sinagoga, pois hoje é um dia santo _ respondeu um aldeão, apontando para uma pequena rua. Os judeus celebravam o Col Nidrê, oração que inicia o “Dia do perdão.” ( IomKipúr) Medindo passos e gestos, o menino entrou na sinagoga e notou que os homens estavam em mantos iguais aquele da caixa e liam de livros escritos com os mesmos caracteres estranhos e desconhecidos do livro deixado por seu pai. Além disso, cantavam uma música que tocava seu coração e penetrava na sua mente de tal forma que não sabia se ria, chorava, ou os dois ao mesmo tempo. Mas tinha vontade de se juntar ao grupo que, embora desconhecido, lhe transmitia a sensação de ser familiar e parte de si. De repente, a prece foi interrompida por um grito infantil. Todos se voltavam para a porta da sinagoga, onde o garoto soluçava e gritava:
_ Eterno Deus! Não entendo Tuas letras, não conheço Tua língua e não sei cantar Tuas melodias. Mas receba-me, pois sou apenas um menino judeu voltando para a Tua casa.
• David Gorodovits
• Vitor Fridlin
• Jairo Fridlin

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