SHEMA ISRAEL

Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

domingo, 20 de maio de 2012

A Arte de Compartilhar

Os kabalistas ensinam que para nos conectarmos com a Luz do Criador precisamos ser como o Criador. Semelhante atrai semelhante. Como o Criador dá amor e compartilha incondicionalmente, tornar-se um ser de amor e de compartilhar é uma ferramenta para nos conectarmos com Ele. Mas o que significa exatamente tornar-se um ser de amor e de compartilhar? Muitas pessoas acham que um simples ato de dar é suficiente, mas este não é o caso. Compartilhar espiritualmente significa que abrimos mão de alguma coisa. É daí que vem a expressão “Compartilhe até doer”. Compartilhar também envolve se importar tão profundamente com o outro, que não achamos que merecemos nada em troca. Em outras palavras, para realmente compartilhar como a Luz, tem que ser incondicionalmente, sem qualquer interesse próprio. Gostaria de compartilhar com vocês a história de Rav Aharon de Carlin, que, um dia, sentiu o aroma do Jardim do Éden ao passar por uma casa. O aroma era tão forte, que ele sentiu que devia entrar na casa e encontrar de onde vinha aquele perfume incrível. Seu olfato o conduziu diretamente a um quarto, onde viu uma roupa de palhaço. Ele perguntou ao dono da casa sobre a roupa e o homem lhe contou a seguinte história: “Muitas vezes, eu tento arrecadar dinheiro para os necessitados. Uma pessoa pobre pode vir até mim e eu vou sair pela cidade tentando juntar o que conseguir para ela. Certa noite, um homem veio pedir por dinheiro, e como de costume fui buscá-lo; mas por algum motivo, nessa noite em particular, ninguém queria me dar nem um centavo! Depois que voltei para casa, outra pessoa veio e implorou para que eu saísse e pedisse dinheiro para ela também; então voltei para a rua e novamente fracassei. Mais tarde ainda, outra pessoa veio pedir ajuda, e pelo menos dessa vez, consegui obter a quantia que o homem havia pedido. Dei o dinheiro a ele e desabei na cama, exausto e pronto para dormir. “De repente, escutei uma batida na porta. Era um homem extremamente pobre. Eu queria ajudá-lo, mas estava tão cansado, e já tinha pedido dinheiro para todas as pessoas que conhecia. Ele implorou, até que finalmente tive uma ideia. Havia um homem rico na cidade que odiava fazer caridade, mas talvez a Luz o fizesse dar alguma coisa ao menos desta vez. “Fui procurar o homem rico e o encontrei em uma taberna, bêbado. Quando lhe contei o que estava acontecendo, ele me lembrou que nunca fazia caridade. Mas então disse: ‘Como agora estou de bom humor, se você fizer uma coisa por mim, vou fazer uma exceção só desta vez. Tudo o que quero é que você vista esta roupa de palhaço e ande pela cidade! ’ O homem rico gargalhou alto, porque achou que ninguém faria uma coisa dessas, pois seria motivo de chacotas e risos . “Mas pensei comigo mesmo: ‘Se eu não fizer isso, haverá um homem pobre que ficará sem nada’. Então peguei a roupa de palhaço e a vesti. Claro, riram de mim, cuspiram na minha cara e fui ridicularizado. Mas graças a Deus consegui o dinheiro para o homem que estava necessitado”. Ao escutar essa história, Rav Aharon disse ao dono da casa: “Se você for enterrado com essa roupa de palhaço, sua alma vai direto para o Jardim do Éden”. O ensinamento aqui é que a bênção não chegou para o homem somente porque ele compartilhou. Foi a distância que ele se dispôs a percorrer para compartilhar! Ele foi muito além da sua zona de conforto, porque se importava profundamente –com um completo estranho. Tente compartilhar até doer esta semana. Não temos que chegar ao nível do homem da história, ao ponto de cuspirem e rirem de nós, mas devemos ao menos querer alcançar esse nível. O desejo intenso de compartilhar é o que realmente nos conecta com a Luz. Tudo de bom, Yehuda Acesse também a aula semanal na Kabbalah University

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