SHEMA ISRAEL

Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma História para Viver Por Tor@mail

Nessa semana lemos sobre a história estranha de como D’us destruiu o mundo com um dilúvio só porque Suas criaturas O desapontaram. Embora pareça muito severo, com um pouco de aprofundamento poderemos ver que é realmente muito compreensível. Afinal de contas, D’us cria tudo e, de acordo com Judaísmo Ele cria o mundo inteiro constantemente... cada instante de novo, a partir do nada. É tudo d'Ele... então Ele pode fazer o que quiser. Mas o que não é muito claro é o que essa história está fazendo na Torá e o que nos ensina na prática. Além disso, porque Nôach que sobreviveu ao Dilúvio, não foi considerado o primeiro judeu, e somente Avraham. Para entender aqui está uma história. O Rabino Shabtai Slavtiski é o Sheliach (emissário) do Rebe de Lubavitch na Antuérpia, Bélgica. Ele dirige um Beit Chabad com uma grande congregação e é muito respeitado até mesmo por judeus que não são religiosos. Num domingo ele recebeu um telefonema de um senhor de idade, um comerciante de diamantes de sucesso, que disse que queria lhe falar com urgência. O Rabino Slavtiski, também um homem muito ocupado, parou tudo o que tinha para fazer e falou para esse senhor vir imediatamente. Meia hora depois ele entrou no escritório do Rabino com um olhar desesperado e suor no seu rosto, prestes a irromper num choro incontrolável. Ele era um senhor robusto, provavelmente com mais de sessenta anos, vestido num terno caro e com uma kipá preta nova sobre a cabeça. Ele perguntou se podia fechar a porta, sentou-se, pegou um lenço, limpou o suor de sua testa e começou a falar: “Rabino, há mais ou menos três meses decidi me tornar mais sério com relação ao judaísmo e comecei a fazer o que está escrito na Torá. Talvez tenha sido um pouco radical para um começo pois comecei a colocar Tefilin todo dia, comer casher e guardar o Shabat de uma tacada só. Colocar Tefilin todas as manhãs não foi difícil, eu já tinha feito isso quando era mais jovem e só me tomava alguns minutos de meu tempo todos os dias. Além disso, eu realmente tinha prazer em colocá-los e falar com Hashem todas as manhãs. Comer casher também não foi um grande problema... eu podia me permitir isso e nunca gostei realmente de comida que não era casher de qualquer jeito. “Mas o Shabat não foi nada fácil. Em primeiro lugar era um dia inteiro. Em segundo lugar, manter a loja fechada me custaria caro. Mas a pior coisa é que gosto muito de trabalhar e não consigo ficar parado. Então não era fácil. Mas eu consegui... e até mesmo comecei a me acostumar com isso. O senhor sabe, existe um orgulho em ser judeu e é bom demais fazer a coisa certa. Então por três meses guardei o Shabat. “Mas então, ontem aconteceu. Eu estava andando para casa de manhã voltando da sinagoga e aconteceu de passar na rua onde está minha loja e vi a rua cheia de gente... lotada!! Longas filas de pessoas de ótima aparência na frente de todas as lojas... com exceção da minha e de repente me lembrei! Era um dia especial, o Dia Internacional da Pedra Preciosa na Antuérpia e todos os comerciantes de diamante estavam lá, os maiores e os mais ricos de todo o mundo vieram lá para comprar. Acontece em todos anos e nesse ano caiu ontem... no Shabat!!! Mas então falei para mim mesmo... ‘Shabat é Shabat... não abrirei minha loja e ponto final!’ E comecei a andar para casa. Teria funcionado, mas de repente ouvi alguém gritando meu nome! Era o dono da loja vizinha à minha. Não sei o que ele estava fazendo na rua naquele momento, mas ele estava lá correndo atrás de mim e gritando como um louco. ‘O que aconteceu?’ Ele me perguntou. ‘Você está se sentindo bem? Aconteceu algo na sua família? Aonde você está indo?!’ Ele disse ainda: ‘É o Dia do Diamante! Olhe todas essas filas de compradores!!’ Respondi-lhe que, graças a D’us, tudo estava bem e comecei a caminhar, mas ele não me deixou em paz: “Tudo bem? Está tudo bem? Você está louco ou algo parecido! Hoje é o Dia da Pedra Preciosa! Veja!! Veja!!! Você pode ganhar tanto dinheiro hoje como num mês inteiro! Onde você vai?!” Tentei lhe explicar que sou um judeu e era Shabat e sabe o que ele falou? Ele disse, ‘Escute, doe todos os outros Shabatot para D’us. Esse é para VOCÊ!!!’ Falei para ele que tinha que ir. Corri para casa e tentei tirar tudo isso da minha cabeça. Mas não consegui. Queria trabalhar! Queria vender minhas pedras! É isso o que gosto de fazer. Foi isso o que cresci fazendo!! Peguei o copo de Kidush na minha mão, mas não podia pensar direito. Então falei para minha esposa dizer aos nossos convidados que não estava me sentindo bem, que estava com dor de cabeça. Fui para o meu quarto, peguei uma garrafa de vodka, bebi cinco copos até que fiquei tão bêbado que não conseguia ficar de pé então caí inconsciente na minha cama e dormi o Shabat inteiro.” O Rabino Slavtiski ouviu pacientemente, mas não conseguia entender o que esse senhor queria. “Entendi”, ele falou. “Mas o que posso fazer? O que o senhor quer que eu faça?” “Rabino,” ele falou quase chorando. “Quero saber que tipo de arrependimento tenho que ter para esse Shabat terrível! Posso dar caridade? Ou talvez tenha que jejuar? Ou talvez algo mais? Rabino, o que está escrito nos livros?” O Rabino Slavtiski viu a sinceridade simples desse judeu e não conseguiu se conter. Seus olhos se encheram de lágrimas e começou a chorar silenciosamente sem conseguir acreditar no que havia escutado. Quando o homem viu que o rabino estava chorando também começou a chorar. Seus olhos se abriram horrorizados e, balançando a cabeça em descrença disse, “Rabino, foi tão ruim assim? O senhor acha que não tem perdão para o meu pecado?” “O senhor não está entendendo,” o rabino respondeu. “Exatamente o contrário! O senhor sabe o que fiz ontem no meu Shabat? Sentei-me à minha mesa de Shabat com minha família e convidados, cantei musicas de Shabat, falei palavras de Torá, conversei com meus filhos e realmente tive prazer. Fiz tudo o que D’us quer que um judeu faça num Shabat. Mas o senhor fez um sacrifício! O senhor sacrificou seu dinheiro e seu prazer, o senhor mudou sua natureza. Que Shabat o senhor pensa que é mais prazeroso para Hashem, o meu ou o seu? Certamente o seu!!” Isso responde às nossas perguntas. Nôach fez exatamente o que D’us desejava. Ele não pecou, ele construiu uma arca, convidou todos os animais justamente como D’us pediu. Mas ele não sacrificou nada... ele não mudou nada dele. Algo parecido com o Rabino da nossa história. O judaísmo é baseado na vontade de sacrificar tudo de modo a cumprir a vontade de D’us, o Criador do Universo, por causa da verdade, algo como o comerciante de diamantes da nossa história. O conteúdo desta página possui copyright do autor, editor e/ou Chabad.org, e é produzido por Chabad.org. Se você gostou deste artigo, autorizamos sua divulgação, desde que você concorde com nossa política de copyright.

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