Um dos mais importantes elementos de Pêssach, a festa que celebra a
liberdade do povo judeu, é que serve como uma preparação para a completa
e eterna Redenção, através da vinda de Mashiach. Assim, o versículo
declara: "Revelarei maravilhas [ao tempo da Redenção Final que serão]
similares [àquelas que foram reveladas] ao tempo do êxodo do Egito." De
fato, o êxodo do Egito tornou possíveis todas as redenções subsequentes,
bem como tornará a final.
Os primeiros dias de Pêssach estão mais relacionados ao êxodo do
Egito, enquanto que os últimos dois estão conectados à Redenção final.
Isto também pode ser observado através da leitura da Haftará durante os
dois últimos dias.
A Haftará do sétimo dia de Pêssach é a Canção de David, pois neste
dia (bem como no último dia de Pêssach), há uma referência à Mashiach,
descendente de David. Acontece principalmente a respeito da Haftará no
último dia, a qual fala diretamente sobre a Redenção vindoura.
Durante estes dois últimos dias de Pêssach, a maior ênfase na
Redenção final encontra-se no último dia, Acharon shel Pêssach, quando a
Haftará fala aberta e longamente sobre a Redenção vindoura, e sobre a
personalidade do próprio Mashiach, condutor do mundo àquele tempo, e da
colheita dos judeus.
A relação entre Acharon shel Pêssach e a Redenção vindoura foi
revelada de forma ainda mais aprofundada pelo Báal Shem Tov, que
instituiu uma terceira refeição especial, antes do término de Pêssach,
chamando-a "Seudat Mashiach", porque "este dia é iluminado por um raio
da luz de Mashiach."
Mesmo antes do Báal Shem Tov instituir esta refeição adicional,
Mashiach era comemorado pela Haftará especial recitada em Acharon shel
Pêssach. Qual o significado de celebrar algo tão elevado como a Redenção
futura com uma refeição material a mais?
Comemorando a Redenção vindoura de tal modo, faz com que seu brilho
permeie o indivíduo não somente em pensamento e fala (algo conseguido ao
recitar-se a Haftará), mas também no corpo físico. Dessa maneira este
conceito é assimilado dentro do próprio corpo da pessoa. Além disso,
celebrar e comemorar por meio de uma refeição salientam a santidade que
permeará todo o mundo físico quando Mashiach vier. Pois àquele tempo "a
glória de D'us será revelada, e toda carne contemplará..." Esta
influência do espiritual sobre o material é melhor percebida pela
santificação do alimento.
Pois um judeu faz uma refeição comum com a intenção de trazer
santidade a este mundo, mais ainda com respeito a uma refeição num dia
sagrado!
Seguramente, então a "Seudat Mashiach" anual em Acharon shel Pêssach
nos permite compreender melhor como toda a parte física será imbuída de
santidade ao tempo da Redenção.
O efeito deste evento especial certamente não se limita ao próprio
dia de Acharon shel Pêssach. Ao contrário, a idéia é afetar o judeu
durante todo o ano, de tal maneira que tudo que faça em relação ao mundo
físico seja permeado com santidade e espiritualidade, como a
espiritualidade que impregnará o mundo quando da chegada de Mashiach.
A lição de Acharon shel Pêssach, entretanto, não está limitada à
relação do ser humano ao mundo físico; relaciona-se também ao âmago de
cada alma judia. Acharon shel Pêssach proporciona a cada judeu revelar
este âmago durante todo o ano, e desse modo servir a D'us com cada fibra
de seu ser.
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