SHEMA ISRAEL

Sinagoga Morumbi

Yeshiva Boys Choir -- Kol Hamispalel

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Aparência e Realidade

Por Rabino Yossef Zukin


Logo chegará Tu B’Shevat, o Ano Novo das Árvores, uma festa repleta de louvores, à terra de Israel e seus frutos e a D’us, que nos deu Sua Terra escolhida de onde seus olhos nunca se afastam, para Seus filhos numa herança eterna. Israel, o foco de desejo e aspiração do povo judeu, é uma terra de trigo e cevada e vinhedos e árvores de figo e romãs, e uma terra de oliveiras e mel de tâmaras.

Foi contado por Rabi Shimon bar Iochai que as Doze Tribos receberam porções de terra por sorteio de acordo com seus atributos distintos, a ponto que os frutos de uma certa tribo diferiam em gosto dos frutos de uma outra tribo irmã.

O Midrash relata a seguinte história ilustrando esse ensinamento:

Aconteceu uma vez que o povo da cidade de Ludkia precisava muito de azeite. Eles apontaram uma pessoa para ir procurá-lo para eles, dizendo: “Vá e nos traga azeite na quantidade de cem vezes dez mil.”

O homem partiu no seu caminho, perguntando a todos que encontrava onde poderia conseguir tamanha quantidade de azeite.

Sua primeira parada foi Jerusalém, onde foi ao mercado. No meio do barulho dos mercadores gritando suas ofertas e compradores pechinchando os preços, ele anunciou bem alto, “preciso de azeite na quantidade de cem vezes dez mil.” Lhe disseram para ir à cidade de Tsor, onde poderiam lhe ajudar.

Ao ouvir isso, o emissário de Ludkia se dirigiu imediatamente para Tsor e quando chegou foi novamente ao mercado anunciando sua necessidade urgente. No entanto ninguém em Tsor tinha essa quantidade gigantesca do produto. Eles sugeriram, entretanto, que ele continuasse a viagem até a cidade de Gush Chalav.

Chegando em Gush Chalav, o homem mais uma vez foi ao mercado e anunciou sua necessidade. Lhe disseram para ir à casa de um certo residente daquela cidade. Com louvores a D’us e esperança que logo conseguiria cumprir sua missão, ele seguiu na direção do endereço que lhe deram.

“O proprietário não está em casa agora, ele está cuidando de suas oliveiras,” foi a resposta que recebeu.

Perseverante, o emissário seguiu até os campos de oliva a procura do mercador de azeite promissor. Finalmente, ele o encontrou e lhe contou, “Estou precisando de azeite na quantidade de cem vezes dez mil.”

O homem não ficou nem um pouco alarmado com a quantidade absurda que o emissário solicitou. Calmamente ele pediu que o esperasse até terminar de trabalhar nas mudas de oliveira. Ao terminar, cuidadosamente guardou todas as suas ferramentas e voltou para casa junto com seu potencial comprador. Entretanto, o homem parecia realmente despreocupado.

O emissário pensou, “Será que esse homem que está andando comigo, que passa o dia simplesmente cuidando de suas árvores, pode me fornecer essa quantidade toda de azeite? Tenho medo que tenha feito essa viajem toda para nada, pois certamente estou sendo vítima de uma terrível piada.”

Os pensamentos do emissário começaram a mudar, entretanto, quando os dois homens alcançaram a casa do proprietário de oliveiras pois, quando entraram na casa, uma serva trouxe bacias de água quente para seu patrão lavar seus pés e mãos. Então ela trouxe um recipiente de ouro sólido cheio de azeite no qual ele submergiu seus pés e mãos.

Depois, em pouquíssimo tempo, uma refeição deliciosa foi preparada e colocada sobre a mesa e então beberam e comeram.

“Se você vier comigo,” falou o homem ao emissário, “terei muito prazer em medir o azeite que você precisa, agora.” O emissário o seguiu e observou em estado de choque enquanto ele media o azeite na quantidade de cem vezes dez mil.

Virando-se para o comprador, o proprietário perguntou, “O senhor quer mais azeite?”

O homem, perplexo, respondeu, “não tenho mais dinheiro comigo.”

“Não importa,” lhe informou. “Terei prazer em medir o azeite para o senhor e lhe acompanhar até sua cidade onde poderei receber o restante do pagamento.” E assim sendo, o homem mediu novamente mais azeite, dessa vez chegando à medida adicional de dezoito vezes dez mil.

Dizem que o comprador usou cada mula ou camelo disponível para transportar aquele volume fabuloso de azeite para sua cidade natal, onde foi recebido com um bem-vindo entusiasmado de seus companheiros e conterrâneos.

Suas observações para eles foram as seguintes:

“Louvem a única pessoa que tem crédito nessa história toda. Além disso, também estou lhe devendo dezoito vezes dez mil! Está escrito, ‘alguns parecem ricos e são pobres, enquanto outros parecem pobres, e no entanto são realmente muito ricos!”
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