Gêneses 28-18 Então se levantou Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por sua cabeceira, e a põs por coluna, e derramou azeite em cima dela.
E chamou o nome daquele lugar Betel: o nome porém daquela cidade dantes era luz.
E Jacó voto um voto dizendo: Se Elohim for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestidos para vestir,
E eu em paz tornar á casa de meu pai, o senhor será o meu Elohim;
E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Elohim; e de tudo quanto me deres certamente te darei o dizimo.
10- E saiu – O Midrash objeta que as palavras “E Jacob saiu de Beer-Shéba” parecem supérfluas, já que Jacob se encontrava até então em Beer-Shéba. Bastava dizer “Jacob foi a Haran.” E explica: Quando o Tsadic (homem justo) sai da cidade, com ele saem o brilho, a glória e o ornamento desta; por isso foi necessário dizer; “é saiu Jacob de Beer-Shéba,” Jacob viu se obrigado a abandonar seu pais e se exilar. Todas as suas penas horas causadas pelo aborrecimento com o irmão dele. Isso também acontece hoje entre os homens civilizados que perseguem seus irmãos em humanidade e seus semelhantes diante de Elohim, em lugar de conviver em harmonia e compreensão com todos os membros da sociedade humana, gozando dos mesmos direitos em justiça e igualdade.
11-e as pôs á sua cabeceira – conta o Midrash que houve uma verdadeira disputa entre as pedras, já que cada uma queria que a cabeça de Jacob repousasse sobre ela. Está é uma verdadeira lição para aqueles indivíduos e povos que, afogando todo sentimento humano, fecham suas portas diante dos sofrimentos dos seus semelhantes, quando fogem das perseguições. Esses deveriam tomar o exemplo das pedras do deserto pelo qual passou Jacob, as quais foram mais hospitaleiras, mais sensíveis e mais humanas do que muitos homens.
12- E sonhou – o Sábio Malbim (1809-1879) é de opinião que, através deste sonho, Elohim quis revelar a Jacob o nível moral-ético que todo homem é capaz de alcançar, se aspirar ao aperfeiçoamento. Cada ser humano, diz ele, encontra-se na situação de uma escada posta na terra, isso é, o corpo, a parte física do homem está na terra e depende das coisas terrestres e materiais, mas com a sua alma e seu espírito, partículas essas que Elohim lhe concedeu, ele é capaz de alcançar as coisas mais elevadas, mais sublimes. Isto depende das suas ações, do seu aperfeiçoamento espiritual, dos sonhos (aspirações ) que ele sonha. Para muitos entre nós, esta interpretação será profunda demais, metafísica demais O Midrash- essa grandiosa obra popular cujos compiladores se ocuparam mais o sentimento e a emoção de nosso povo, ao contrário da halachá, que apela principalmente ao raciocínio, á lógica-define o sonho de Jacob da seguinte maneira; através deste sonho extraordinário. Elohim pretendeu desvendar a Jacob não tanto o seu destino individual, mas, sim, principalmente, o destino e o futuro dos seus descendentes. A escada é o tempo, os anjos que sobem e descem são os protetores celestiais dos grandes impérios que surgiram na arena histórica – Egito, Assíria, Média, Babilônia, Pérsia, Grécia, Roma. Por todos eles Israel passará e sofrerá. Elohim mostrou-lhe a evolução e a decadência cultural dessas poderosas potência. Mas quando Jacob notou que o protetor de Edom, que simboliza na nossa concepção a idolatria, a negação radical do monoteísmo e os conceitos do mesmo, se elevava e não descia, assustou-se e perguntou: será que o ateísmo e sua ideologia devastadora nunca cairão e os meus filhos oprimidos e perseguidos não terão forças suficientes para resistir e para se libertar dessas idéias nefastas? Vendo a sua aflição, Elohim consola-o com a promessa: “Não te sustes, meu servo Jacob. Mesmo se Edom se levantar até o céu. Eu o farei cair. Eu libertarei os teus filhos de todas as opressões físicas e psíquicas, pois mesmo quando Israel estiver dispenso entre povos inimigos, eu não o desprezarei, e nunca anularei a minha aliança com ele. Pois sabe, meu querido Jacob: uma geração aparece, outra desaparece, mas Haárets, que és tu, Israel, perdurará eternamente”
17- esta é a porta dos céus- a visão que Jacob teve no sonho, era a revelação de tudo o que devia ocorrer le e sua posteridade. A escada representava simbolicamente a escada da história: povos, reinados, impérios que subiam cada um até certo grau de grandeza, e desciam na sua decadência. Essa escada simboliza também a escada social. Todos os homens de virtude, qualquer que seja sua nação, sua raça e seu culto, têm o direito de nela subir. Todos podem se aproximar da luz Divina. No entanto, são poucos os que alcançam o cume da escada, pois é lá que as forças se apagam. A cultura do espírito, a virtude e a oração são a forças mágicas que nos aproximam de Elohim.
18- pôs como monumento - Essa pedra que Jacob levantou em forma de monumento, derramando também azeite sobre ela, serviu para marcar o lugar, a fim de criar ali um santuário. Segundo nossos sábios, esse lugar é o mesmo monte Moriá, onde outrora Abrahão iria sacrificar seu filho, e onde mais tarde, seriam construídos os templos de Jerusalém.
22- Será casa de Elohim –Através de quatro altares que aparecem no Gênese- podemos notar quatro critérios de religião:
O altar de Caim, a religiosidade dos hipócritas de todos os tempos.
O altar de Noé é o altar da religião da tristeza, dos que procuram refúgio em algo sobrenatural nos momentos de aflição.
Já o altar de Abrahão é o altar daqueles que se prontificam a sacrificar a Elohim aquilo que lhe é mais caro. Por fim.
O altar de Jacob é o altar da introspecção da revelação Divina. Jacob, cuja vida e amargas experiências se tornam o reflexo fiel do destino dos seus descendentes, este Jacob lega-nos a religiosidade da convicção, ele nos deixa por testamento um Elohim da moralidade.
Elohim cobra de Jacob o voto que ele fez em Betel
Eu sou o Elohim de Bet-el, onde me erigiste ali um monumento, onde me fizeste uma promessa, onde me tens votado o voto; levanta-te agora, sai-te desta terra , e torna-te á terra da tua parentela. Gêneses 31-13
Quando a Elohim fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolo: o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues. Eclesiastes 5-4-5
Fonte: Torá A Lei de Moisés
Livraria Sefer
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